A secretaria municipal de Meio Ambiente afirmou ontem que vai investigar o caso de uma suposta sucuri habitando o Parque Jaboti, em Apucarana. O assunto veio à tona após o diretor do Hospital do Coração, o cardiologista Randas Vilela Batista afirmar, em entrevista a vários órgão de imprensa, que chegou a cercar a área do hospital para evitar ataques da cobra. A afirmação ganhou grande repercussão na cidade, mas a secretaria vê o caso com cautela.
“Não posso afirmar que seja mentira. Porém, as chances são mínimas. O Jaboti possui um lago até propício para um animal dessa espécie, porém a área possui grande movimentação com pedalinhos, além dos veículos e pedestres que passam ao redor se tornando inadequado para uma sucuri sobreviver”, analisou o secretário Municipal de Meio Ambiente, Itamar Gomes de Oliveira.
Ele informa que, independente da polêmica, a secretaria vai desenvolver estratégias para constatar a presença do réptil nas imediações através de armadilhas. Se comprovada a presença da cobra, medidas de segurança devem ser estabelecidas. “Nesse caso, o local será isolado para a captura da sucuri que será encaminhada ao seu habitat natural”, reiterou Oliveira. Biólogos e outros especialistas devem iniciar os trabalhos vasculhando a área na próxima semana.
ANIMAL PERIGOSO
O médico Randas Vilela Batista está convicto que uma cobra de 5 metros habita o parque. “Há cerca de dois meses um funcionário viu a cobra comendo uma capivara na desembocadura do riacho. Muitas crianças brincam naquela região e podem eventualmente ser devoradas. Esse bicho come até um adulto. Como os avisos não adiantaram, eu tive que cercar para as crianças não entrarem. Procuro alertá-los que é perigoso ficar naquela área”, afirmou o médico.
FREQUENTADORES
A notícia sobre a aparição da suposta sucuri não afugentou os frequentadores do parque. Alguns caminhantes chegam até a afirmar que conhecem a origem da habitante misteriosa, que pode ter vindo do Estado do Mato Grosso. “Meu marido contou que alguns pescadores trouxeram várias cobras do Pantanal e soltaram no Jaboti e no Parque da Raposa”, contou a aposentada Neide Leuche enquanto se exercitava. Apesar de não duvidar do caso, ela diz não ter ficado amedrontada com o comentário. “Fiquei sabendo pela manhã e, para ser sincera, nem me importei com isso”, revela Neide.
Já dona de casa Cirlene Melo Lourenço faz o mesmo trajeto todos os dias e nunca viu nada de diferente. Ela não pretende mudar sua rotina, pois acredita que os comentários não passam de “história de pescador”. “Sempre vejo os mesmos bichos. Conheço várias pessoas que também frequentam o parque e que não acreditam nessa história. Se fosse verdade teriam provas. Ainda mais hoje que é tão fácil fazer uma foto ou um vídeo”, observou.