Jovem é suspeito de matar o pai com golpes de faca em Apucarana

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 07/11/2012

O laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) de Apucarana pode fazer a Polícia Civil a mudar o rumo da investigação que apura a morte de um casal no Núcleo João Paulo há cerca de 10 dias. A polícia vinha trabalhando com a hipóteses que a mulher, Alice Vieira Domingues Manso, 50, teria sido morta a facadas e o seu marido, Adalberto Ferreira Manso, 53, cometido suicídio.

O delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial, Valdir Abrahão informou ontem que pode indiciar por homicídio o técnico em telefonia Marcelo Domingues Manso, 26, filho do casal. A polícia acredita que ele possa ter matado o seu pai, ou contribuído para sua morte.

“Aumentaram as suspeitas. Os ferimentos, pela extensão e profundidade, não são compatíveis por quem se autolesiona. Assim sendo, isso reforça o indício de que uma terceira pessoa teria participado das lesões que levaram a vítima à morte”, diz Valdir Abrahão.

De acordo com o delegado, como o crime aconteceu dentro da casa da família, antes das 8h manhã do dia 27 de outubro, e somente os dois irmãos estavam na casa, as suspeitas recaem sobre o rapaz.

“O rapaz apresentava lesões em dois dedos da mão direita. Ele alega que os ferimentos foram provocados quando tentava desarmar o pai, no sentido de evitar que continuasse se ferindo”, conta o delegado.

Em depoimento, naquele dia, tanto o suspeito quanto sua irmã, Renata Domingues Manso, 18, afirmaram que o pai esfaqueou sua mãe no pescoço e depois se matou.

“Marcelo alega que foi o primeiro a sair do quarto, quando ouviu o grito de agonia da mãe pedindo para ‘parar’, e o barulho de uma cadeira batendo. Viu a mãe caída na cozinha e o pai se ferindo no pescoço”, detalha Abrahão.

“Ele afirmou que teria batido uma garrafa contra a cabeça do pai para que este ficasse tonto e que pudesse pegar a faca. Por não ter conseguido, teria saído no quintal se apoderado de uma ripa para bater no braço do pai, também no intuito de desarmá-lo”, completa o delegado.

Apesar das dúvidas, a Polícia Civil precisa concluir o inquérito. “Temos somente dois caminhos a seguir: indiciar o rapaz por homicídio do pai, se chegarmos a este convencimento, ou deixar a critério do Ministério Público o entendimento se o rapaz teve, ou não envolvimento”, afirma Valdir Abrahão.

O delegado supõe ainda que o filho pode não ter diretamente cometido um assassinato, mas contribuído na morte do pai. “Vendo a mãe naquela situação e tomado por um momento de fúria, pode ter agravado ainda mais as lesões, que o pai tinha provocado e contribuído, ou não, para a morte de Adalberto”, diz Abrahão.

Segundo Marcelo Manso, seu pai estava com distúrbios psicológicos e tinha ciúme doentio da esposa. Ele estava afastado do trabalho, por causa de uma cirurgia de hérnia.