O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na disputa pela Presidência da República com 49% das intenções de votos, ante 45% do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, 19. Os dois estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro.
A amostra indica que há 4% de votos brancos ou nulos e 1% de indecisos. Os votos válidos, que excluem brancos e nulos, apontam o petista com 52% e Bolsonaro, 48%.
Lula manteve os mesmos 49% dos últimos três levantamentos. Bolsonaro oscilou um ponto porcentual para cima em comparação à pesquisa anterior, do dia 14 de outubro.
Metade (50%) dos brasileiros dizem que não votam no presidente de jeito nenhum - ele segue liderando no índice - enquanto 46% rejeitam o petista. A reprovação do governo é de 39% enquanto 38% aprovam a gestão. 22% dos entrevistados dizem que Bolsonaro faz uma condução regular.
O número de pessoas certas do voto oscilou positivamente um ponto e chega aos 94%. Apenas 6% dizem que a decisão ainda pode mudar. 94% dizem que irão votar em Lula enquanto 95% selaram a escolha por Bolsonaro.
Contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, a pesquisa divulgada nesta quarta-feira foi realizada entre 17 e 19 de outubro e entrevistou 2.192 eleitores presencialmente em 181 cidades. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07340/2022. A margem de erro é dois pontos para mais ou para menos.
Pesquisas eleitorais
No primeiro turno, Lula obteve 57,2 milhões de votos válidos, ou 48,43% do contabilizado pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro, candidato à reeleição, recebeu 51 milhões de votos, ou 43,20% do total. Os números foram divergentes com os dados divulgados na véspera do primeiro turno por parte de pesquisas.
"A gente não pode dizer que houve erro. A pesquisa não prevê acertar resultados, não é prognóstico", disse a diretora do Datafolha, Luciana Chong, em entrevista à GloboNews, um dia depois da realização do primeiro turno.
Após a eleição do dia 2 de outubro, o ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu à Polícia Federal para que investigue os institutos de pesquisa. No dia 6, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisa de intenção de voto.
Na quinta-feira, 14, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, determinou a abertura de um inquérito para investigar as empresas Datafolha, Ipec e Ipespe, sob o argumento de haver indícios de que os institutos de pesquisa atuaram "na forma de cartel" para "manipular" as eleições, cometendo o mesmo erro sobre o resultado da votação do último dia 2 para escolher quem vai comandar o País nos próximos quatro anos, a partir de 2023.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, suspendeu as investigações abertas. Moraes pediu para a Corregedoria-Geral Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral investigarem se houve abuso de autoridade e de poder para favorecer candidatura do presidente Jair Bolsonaro.