Funcionários do frigorífico Serradão, em Betim, na Grande BH, Minas Gerais, denunciam que foram vítimas de assédio eleitoral em evento nas dependências da empresa, ocorrido na última quinta-feira (20). Eles dizem que, na ocasião, foram obrigados a usar blusa amarela com slogan e número do candidato Jair Bolsonaro (PL), ouviram ataques contra Lula (PT) e que patrões prometeram um pernil para cada um caso o atual presidente seja reeleito. A reportagem é do G1.
De acordo com relatos de funcionários que não querem se identificar, todos foram convocados para uma reunião no pátio da empresa, quando os proprietários do frigorífico, Sílvio da Silveira e Marcos Luiz da Silveira, pousaram de helicóptero no heliponto localizado acima do escritório administrativo da firma, acompanhados do deputado federal Mauro Lopes (PP-MG).
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Em seguida, os empregados foram obrigados a colocar uma camisa amarela com número e slogan de Jair Bolsonaro por cima do uniforme e ouviram discursos a favor do voto no atual presidente e ataques contra Lula, proferidos principalmente pelo deputado bolsonarista Mauro Lopes.
Os funcionários denunciam, ainda, que a ordem para colocar a camisa amarela contraria as normas da vigilância sanitária, uma vez que parte da área onde acontecia o evento era de manuseio de alimentos. Nos vídeos, muitas pessoas usavam toucas, capacetes e outros equipamentos de segurança.
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Procurados, o frigorífico Serradão e o deputado Mauro Lopes não se posicionaram até a última atualização desta reportagem. Ainda não há informações sobre formalização desta denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho.
Assédio eleitoral
De acordo com a lei, configuram assédio eleitoral situações de trabalho em que há:
Humilhações ou constrangimentos por divergências políticas;
Chefes que obrigam a votar em determinado político
Gestores que estimulam o voto em um candidato em troca de benefícios ou ameaça de demissão;
Impedir um funcionário de ir votar;
Pedidos para que o trabalhador se manifeste a favor de políticos em redes sociais.
Quem pratica o assédio eleitoral pode ser preso, multado e até obrigado a se retratar. Funcionários podem denunciar pelo Ministério Público do Trabalho ou no aplicativo Pardal, do Tribunal Superior Eleitoral.
O Ministério Público do Trabalho já recebeu pelo menos 1112 denúncias de assédio eleitoral ao longo do pleito de 2022, de acordo com dados informados pela instituição nessa sexta-feira (22). Minas Gerais lidera o ranking, com 295 queixas.