A opressão, que vem disfarçada de segurança, acontece na calada da noite.
Pequenas atitudes que, dia após dia, vão se tornando normais, tudo em nome de um "bem", que nem se sabe ao certo qual é.
Pessoas perversas sofrem uma apoteose por seus apoiadores. A liberdade, que antes parecia tão firme quanto as fundações da terra, hoje mais se parece com um monte de areia, escorrendo por entre os dedos das mãos.
Esse é o presente ficcional em que Evey vive. Mas poderia muito bem descrever diversos lugares do nosso presente.
Mas a liberdade, a sede pela felicidade e a vontade de viver como quiser, não dormem por muito tempo. Despertam rapidamente no coração daqueles que querem um futuro melhor, mais justo e livre para todos.
E um deles era "V".
Dirigido por James McTeigue, V de Vingança é um filme de ficção norte-americano, baseado na homônima série em quadrinhos de Alan Moore, lançado em 2005.
Seu elenco conta com Hugo Weaving, como V, Natalie Portman, como Evey Hammond, Stephen Rea, como Eric Finch, e John Hurt, como Alto Chanceler Adam Sutler.
Em um futuro distópico, a Inglaterra está sob um regime totalitário. Toques de recolher, abuso do poder, ultra nacionalismo, violência estatal, preconceitos e ódio à minorias fazem parte da política local.
Numa noite, Evey estava na rua após o toque de recolher e é encontrada por agentes do estado. Três homens que, por carregarem um distintivo, achavam que poderiam fazer com ela o que quisessem, inclusive violentá-la. Por sorte, ela é salva por um mascarado misterioso chamado "V".
No dia seguinte, ela o vê novamente, em todas as TVs do país. V convoca todos os seus compatriotas para viver uma verdadeira revolução e derrubar o atual governo. Ao querer saber mais sobre ele, Evey acaba descobrindo mais sobre si mesma.
"Lembrem-se, lembrem-se de 5 de novembro. A traição e a conspiração da pólvora. Não vejo nenhum motivo para que a traição da pólvora seja esquecida".
Um filme baseado em quadrinhos que surpreende qualquer um que comece a vê-lo. O personagem "V", assim como toda a sua ambientação totalitária, são muito bem construídos. Hugo Weaving e Natalie Portman estão muito bem em seus papéis.
V de Vingança nos traz uma história necessária, onde nos mostra como é perigoso dar o mínimo espaço para o totalitarismo. Ele cresce debaixo dos nossos olhos e, quando nos damos conta, é tarde demais.
Que assim como ele, possamos sempre lutar pela igualdade, liberdade e, acima de tudo, pelo respeito a todos.
Todos têm o direito à vida. E ninguém pode tirar isso de nós.