Cooperação: agentes públicos privados e desenvolvimento

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 04/09/2020
Cooperação: agentes públicos privados e desenvolvimento

A prestação de adequados bens públicos e de condições de infra-estrutura – serviços sociais como educação e saúde – é o que a sociedade mais tem cobrado dos governos. Assim, o desenvolvimento local passa por quatro grandes pilares que são: a) A participação do cidadão, ou da comunidade inserida no processo com consciência dos objetivos a serem alcançados; b) a estrutura local, agindo todos juntos num só norte de consciente orientação; c) os instrumentos de desenvolvimento que uma sociedade exige, em relação às políticas governamentais; e, d) em relação à oferta de serviços e mercadorias na medida certa do processo de produção e consumo, para que as disparidades não gerem desequilíbrios. Aqui, renda, empregos, benefícios, qualidade de vida, objetivo final de cada ciclo e coesão social se inter-relacionam, para que seja cada vez mais ampliada em um processo de crescimento e desenvolvimento planejado e calibrado.

Ressalta-se a importância da participação de atores locais, moradores, cidadãos e os agentes sociais, para que estes tomem consciência do processo de desenvolvimento local; acompanhem os bens e serviços oferecidos em nível de governo; e melhorem sua consciência de participação popular, para a cobrança de bons serviços prestados. Essa mesma sistemática vale para o nível privado, pois as empresas precisam cada vez mais aperfeiçoar seu atendimento aos consumidores. As empresas representam o sentimento privado local, porque a empresa está ali no local instalado e precisa afinar sua relação cada vez mais com os consumidores.

A empresa que tem alto nível de relacionamento com seus clientes tem baixo volume de reclamações, e muitas sugestões de inovação vêm dos consumidores. É uma troca que deve ser constantemente aperfeiçoada e que tende a melhorar o nível competitivo das empresas. A melhoria de consciência para o crescimento e desenvolvimento deve estar do lado público envolvendo o governo em suas instâncias em seus níveis micro e macro; do lado privado, envolve as empresas; e, do lado das instituições, os representantes das diversas entidades de classes sociais e das entidades associativas que representam os cidadãos no local de seu habitat.

Crescimento e desenvolvimento sem coesão e interação dos atores presentes não avança – ou avança de forma enviesada – com problemas que levam a estagnação no ciclo seguinte. A pior das hipóteses é a divisão da sociedade em um mesmo território e, quando isso acontece, pode-se perder conquistas arduamente alcançadas. É a maturação das consciências para o crescimento e desenvolvimento, que leva aos ciclos de prolongado crescimento e desenvolvimento, repartindo benefícios entre todas as classes, chegando a todas as famílias com qualidade de vida. Para isso, é preciso querer, fazer uma opção, eleger objetivos claros e concretos, ter coesão e afinada coordenação. Esta consciência leva os atores, todos juntos, imbuídos de expectativas positivas a apoiarem as atividades de negócios e a influenciar no processo de redução das desigualdades com promoção de renda e redução das mazelas locais.

Outro importante fator, é levar esse conjunto de agentes a apoiar as iniciativas locais empreendedoras, estimulando o crescimento econômico local, informando-se sobre as possibilidades de incentivos por parte do governo para a promoção de políticas locais de crescimento e desenvolvimento. Outro determinante aspecto é a união de abordagem multidisciplinar nesse processo de crescimento para o desenvolvimento. Deve-se acompanhar o processo por comissões multidisciplinares locais, regionais, setoriais em seus níveis micro e macro. Comissões de Economia Urbana, comissões especializadas na promoção da Economia Rural, comissões especializadas na promoção de Setores, ou Áreas Geográficas Especiais, precisam de um olhar especial para vencer algumas mazelas há tempos instaladas.

Um olhar multidisciplinar ganha importante relevância e envolve muitas áreas de conhecimento profissionalizadas, como: da Psicologia, Sociologia, Engenharia, Economia, área Contábil e Administrativa, entre outras. Quando todos esses atores, imbuídos de objetivos e de um olhar sobre a região local a ser promovida, conseguem uma unidade, uma coordenação coesa, respeitando os limites de regulação legal, hábitos e costumes, faz com que o processo de crescimento e desenvolvimento se conceba de forma interativa, harmônica, sem atropelos, mas de forma arquitetada e, consequentemente, linear, sem saltos nem retrocessos, gerando expectativas positivas que estão movendo estes atores, na promoção do crescimento e desenvolvimento.

Quando se atinge essa maturidade de integração, os atores envolvidos na ação do processo de crescimento e desenvolvimento vão ter sabedoria e perspicácia suficiente e necessária para avaliar os ciclos, para repensar, reprogramar, replanejar os novos ciclos, e seguir as ações sempre dentro dos aspectos de promoção do crescimento e do desenvolvimento com participação, buscando os objetivos traçados, de acordo com a vontade da participação dos agentes. É o momento em que o crescimento e o desenvolvimento podem ser gerados conforme a vontade dos participantes. Essa unidade e coesão levam a uma especialização – local regional – a uma especialização do processo de crescimento e desenvolvimento, seguindo-se etapas contínuas de planejamento e execução. Mesmo em pandemia, a comunidade em ação aprende e o aprendizado passa a ensinar a rotina para novas conquistas.