A crise é da pandemia de coronavírus, da crença de que ao ponto que se chegou não se chegaria e de que suas influências não seriam fortes na magnitude que estão sendo e, que os respingos no processo econômico seriam irrelevantes. Que ao final tudo se ajustaria como se estivéssemos numa ordem natural, onde as coisas seguem o seu destino. Quando se busca, entretanto, preparar a empresa para atingir seus objetivos, muitos setores e segmentos precisam ser minuciosamente planejados. Na Economia Regional e Macroeconômica, não ocorre de forma diferente. O planejamento vem primeiro, em seguida, um ardoroso processo de trabalho para se organizar. O que fazer e como fazer, ou o que produzir, como produzir e para quem produzir, são as implementações de ações para alcançar o sucesso. É assim na vida das empresas, é assim na vida de todo empreendedor e, assim deve ser na vida das regiões e da macroeconomia em um país que quer crescer econômica e competitivamente diante dos demais.
A crise é da articulação política. Dentro de uma empresa, todos os departamentos devem esforçar-se para entregar resultados positivos aos demais. Um departamento depende das ações desempenhadas no outro e, na Economia Regional e Nacional, os aspectos de inter-relação são semelhantes. O planejamento que veio da primeira fase, manifesta-se agora nesta segunda fase, trazendo resultados positivos ou não tão positivos. Quando positivos, a coordenação se faz desde o início da ponta da linha, de forma ajustada e coesa, buscando, desempenhando e apresentando resultados positivos que fazem jus ao planejamento realizado na primeira fase.
A crise é da ausência de estabilidade. Países que alcançaram significativos processos de crescimento e desenvolvimento econômico mantiveram por longo tempo um processo de estabilidade em todos os quesitos; países que alcançaram níveis elevados de crescimento e desenvolvimento econômico mantiveram sua estabilidade política por gerações diversas. As instituições importam. Essas gerações, assim como dentro da empresa, foram treinadas por suas nações para produzirem e desenvolverem-se sob conceitos avançados de Ciência e Tecnologia, para enfrentarem empresarialmente ou no campo regional ou da macroeconomia, fortes embates competitivos e saírem-se vencedores. Quanto mais avançado o treinamento técnico, maior a capacidade de dar respostas e de resolver problemas.
A crise é de coordenação para um projeto pós-crise. Na empresa o sucesso de um ciclo anterior determina o sucesso do ciclo futuro. Dentro da Economia Regional e da Macroeconomia o sucesso do ciclo presente pode acelerar ou retardar o sucesso de ciclos futuros. Em comparação, as empresas está-se falando de política econômica regional e macroeconômica. Tudo está dentro de um grande balaio que sem planejamento e coordenação, não reúne as condições, nem suficientes, nem necessárias para oferecer os resultados positivos esperados nos ciclos futuros. Na teoria da Economia Regional e Macroeconômica, ciclos anteriores negativos, instáveis e com evolução de crescente incerteza tendem a determinar que os resultados possíveis futuros sigam sendo negativos.
A Crise é de postura. Para valorizar o que o país tem de bom, no campo empresarial, quando a empresa investe em ativos modernos e mais produtivos, as grandes empresas passam para as menores seus ativos menos produtivos – máquinas e equipamentos – que podem não estar alinhados, com a nova feição produtiva e tecnológica que a empresa quer trilhar. Ela toma cuidados para que a empresa vizinha não lhe faça sombras. No campo da Economia Regional e Macroeconômica esses requisitos são falsos, uma vez que vendas de ativos precisam estar em momentos de alto crescimento da economia mundial e sem fugas de capitais – como não é neste momento – para que sejam valorizados adequadamente pelo mercado. Atualmente, vê-se que a maioria dos países voltam-se para dentro, verificando-se que a Globalização não entregou os benefícios que prometeram e que, por isso, algumas nações de economias avançadas, lutam para fazerem o caminho de volta. Em momentos de crise econômica mundial, portanto, o país precisa valorizar o seu Parque Produtivo – Indústria e Serviços – lutar para recuperar a sua competitividade interna, evitando jogar-se nas Covas dos Leões, onde seu processo competitivo pode ainda ficar mais deprimido e distante.
É hora de valorizar o que o país tem de mais importante, que é a sua capacidade produtiva, mantendo-se a inter-relação das cadeias produtivas em seu empresariado, com foco na melhoria da competição, abraçando uma vertente inovacionista e tecnológica – começando com a valorização da educação – como fator de reversão da crise. Quando os instrumentos tradicionais não oferecem a resposta adequada, a inovação e a tecnologia passarão a dar as respostas que ajudarão aos demais setores. O momento é de cooperação entre todas as instâncias, para que a crise seja amenizada e vencida com sucesso nos ciclos seguintes.