A empresa como unidade de análise, passa a ser o locus de objeto de estudo, verifica-se que ela está em constante mudança com elementos de modificação permanente com sua orientação para produção, apresentando diferentes formatos organizacionais. Sobre esta empresa, ocorre um processo de diversificação produtiva que vem no bojo das oportunidades que se abrem, porque o próprio processo concorrencial leva as empresas a buscarem novas oportunidades.
Com isso, a empresa se vale de sua experiência, que é um conhecimento que somado permite buscar o novo. Então, em que condições, com vistas à diferenciação, a empresa se baseia para buscar o novo? Alguns elementos principais devem ser considerados:
I) A História da empresa: um primeiro olhar sobre o caminhar histórico da empresa, da temporalidade de acúmulo de experiência, aprendizado e conhecimento que permite diversificar. Isto gera uma cultura empresarial de processo de diversificação, a história é importante nessa perspectiva, que permite ir por esse caminho e não por aquele.
II) Capacidade de diversificação: pode ter história e não capacidade construída. Aqui, alguns requisitos fazem-se importantes: a) A área de especialização da empresa, porque em cima disso existe a sua base técnica: Máquinas & equipamentos e o processo produtivo. Esta diversificação se manifesta a partir de sua área de competência. b) Pode-se usar a área comercial já existente para distribuição de novos produtos. Nesse particular, considerar Pesquisa e Desenvolvimento - P&D, - laboratórios, técnicos competentes, significa avançar em áreas de menor resistência porque o novo é radical. Isso se deve dar em cima da área de domínio. Este processo interage numa estrutura de mercado.
A diversificação está associada ao padrão de concorrência, que a empresa ocupa em sua região de mercado e em seu setor; e, a estrutura de mercado pode assumir um caráter de necessidade, no caso do esgotamento da demanda. Pode também ser reduzida, a partir do produto principal há agregação de valor a novos produtos complementares. A empresa deve considerar ainda a área de atuação e as possibilidades que se abrem dentro do padrão de concorrência. A todo o momento a área de atuação abre possibilidades em face do padrão em que a empresa atua.
III) Diversificação horizontal: está ligada à linha de produtos já existentes e área de especialização para diversificação: insumos, distribuição, movimentos para frente e para trás da cadeia produtiva (ex-ante e ex-post ou a montante e a jusante).
IV) Diversificação central: movimento que a empresa pode realizar a montante e jusante usando controle maior sobre o processo produtivo.
V) Diversificação concêntrica: aqui tende a ocorrer o afastamento da área de especialização da empresa, o que pode fugir à sinergia existente, a partir da possibilidade de diversificação e assumir maior consideração no interior de determinada empresa ou conglomerado.
VI) Diversificação em aglomeração empresarial: diversificação totalmente fora da área, por exemplo: a empresa A atuando na área de motores para pescados. Nos períodos de crise, reduz-se e promove o enxugamento, concentrando-se em sua atividade principal, o caminho de segmento de menor resistência.
Para algumas diversificações que a empresa faz, ela precisa de maior foco em sua estrutura organizacional, bem como em sua estrutura de mão de obra, outras vezes em sua estrutura de máquinas e equipamentos e, outras vezes, em sua estrutura de aprendizado. A partir do ponto em que a empresa decide por manter-se no contexto inovacionista, permanentemente ela precisa estar disposta em aprimorar seu padrão de pesquisa e desenvolvimento, para alcançar os resultados que deseja. Muitos processos de diversificação podem oferecer baixos resultados, ou resultados abaixo do esperado, porque a empresa não estava ainda preparada para desenvolver esse processo. Preparar a empresa para enfrentar novos caminhos competitivos, novos embates mercadológicos e tecnológicos é um segredo de visão, que todo empresário deve estar sempre buscando e aperfeiçoando.