Eleições municipais e o compromisso com a qualidade

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 11/09/2024
Gestão pública precisa melhorar

Às vésperas de mais uma eleição municipal, a questão da ineficiência no uso dos recursos públicos deve ganhar destaque. O setor público brasileiro é conhecido pela sua capacidade arrecadatória, financiada pela população e pelas empresas por meio de uma carga tributária expressiva. No entanto, o que deveria resultar em uma eficiente prestação de serviços à sociedade, muitas vezes se traduz em má gestão e desperdício. Em grande parte dos municípios brasileiros, a aplicação dos recursos arrecadados é realizada de forma ineficiente.

A gestão pública, em muitos casos, falha não apenas em fazer o que deveria, mas também em se comprometer com o bom uso dos recursos disponíveis. Poucos são os gestores que realmente se preocupam em adotar uma postura de responsabilidade com o erário público, e a ausência dessa preocupação se reflete no baixo índice de qualidade dos serviços prestados.

Neste contexto, cabe à população exigir mais dos candidatos ao cargo de prefeito em 2024. É fundamental que os eleitores demandem um compromisso claro e transparente com a melhoria da qualidade do gasto público. Os gestores eleitos precisam adotar posturas que incentivem o controle social e a transparência. As contas públicas devem ser abertas ao escrutínio da sociedade, garantindo que os gastos sejam direcionados às áreas prioritárias e que tragam o máximo de benefício para a coletividade.

Infelizmente, muitos gestores públicos parecem desconhecer ou ignorar os princípios básicos de administração e não praticam a eficiência, a eficácia e a efetividade. A eficiência diz respeito à capacidade de realizar as tarefas da melhor forma possível, utilizando os recursos de maneira correta e sem desperdício. É fazer mais com menos. Este deveria ser o foco dos prefeitos: otimizar os recursos arrecadados, eliminando gastos desnecessários e garantindo que cada real seja usado de forma produtiva.

Já a eficácia está ligada ao cumprimento de metas e à entrega de resultados. Um gestor eficaz é aquele que estabelece objetivos claros e os atinge com precisão. No entanto, quando olhamos para as campanhas eleitorais e, mais tarde, para as leis orçamentárias, percebemos que muitos municípios não possuem metas concretas. Essa ausência de direcionamento claro é alarmante, pois, sem metas, é impossível avaliar se estão no caminho certo. Quando não há objetivos definidos, o debate público se perde e a gestão pública se torna dispersa e ineficaz.

A efetividade é a capacidade de gerar impacto, de fato, na vida das pessoas. Outro ponto nevrálgico, pois sem objetivos bem traçados, não há como medir se o uso dos recursos está trazendo benefícios reais para a população. Um gasto público que não gera resultados palpáveis é um desperdício, por mais eficiente que seja na execução.

Diante desse quadro, é necessário que a sociedade cobre um novo pacto de governança nas eleições municipais. O compromisso com a transparência, a responsabilidade fiscal e a qualidade do gasto público devem ser centrais no debate eleitoral. Prefeitos que assumam o mandato em 2025 devem ser pressionados a adotar uma gestão pautada em metas claras e mensuráveis, que busquem não apenas cumprir as exigências mínimas da legislação, mas efetivamente melhorar a vida das pessoas.

Os eleitores têm o poder de exigir uma mudança nesse ciclo vicioso de má gestão e ineficiência, basta optarem por candidatos que entendam a diferença entre eficiência, eficácia e efetividade e que estejam comprometidos em utilizar os recursos públicos de maneira responsável.