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Mortalidade infantil cresce 48% na região

O índice de mortalidade infantil aumentou 48% na área da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana no ano passado. No comparativo entre 2014 e 2015, a taxa passou de 9,57 óbitos por mil nascidos vivos para 14,15. Em números absolutos, foram registrados 5.22

Da Redação

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Gestação de risco está entre as principais causas das mortes de bebês | Foto: Sérgio Rodrigo
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Gestação de risco está entre as principais causas das mortes de bebês | Foto: Sérgio Rodrigo
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.02.2016, 09:29:00 Editado em 27.04.2020, 19:53:07
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O índice de mortalidade infantil aumentou 48% na área da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana no ano passado. No comparativo entre 2014 e 2015, a taxa passou de 9,57 óbitos por mil nascidos vivos para 14,15. Em números absolutos, foram registrados 5.225 nascidos vivos e 50 mortos no ano retrasado contra 5.159 nascidos vivos e 73 óbitos em 2015 nos municípios da região. Apucarana e Arapongas estão entre os municípios que seguiram a tendência regional e aumentaram suas taxas de mortalidade.

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A chefe da 16ª RS, Clara Lemes de Oliveira, classifica o índice como “frustrante” diante das ações implementadas nos municípios no ano passado. De acordo com ela, a avaliação dos casos concluiu que 70% das mortes infantis poderiam ter sido evitadas se o protocolo instituído pelo Programa Mãe Paranaense, do Governo do Estado, tivesse sido seguido.

“Verificamos essa dificuldade logo no início do ano e realizamos várias reuniões com gestores, secretários e equipes de atenção básica para colocar essa preocupação com a mortalidade infantil e repassar orientações para que os municípios pudessem intervir através da implementação de ações”, enfatiza a chefe da regional, acrescentando ainda a realização de capacitação de médicos e enfermeiros sobre a importância de seguir o protocolo do Programa Mãe Paranaense. De acordo com Clara, a guia de atendimentos contém informações imprescindíveis para a condução de uma boa gestação, com número de consultas, exames, tipo de medicação, vacinas, dentre outros. “Verificamos que o protocolo não estava sendo seguido e muitas situações teriam sido evitadas. Não adianta a gestante chegar em uma condição ruim no hospital, porque pouco poderá ser feito. Por isso, a importância de conduzir bem o pré-natal”, assinala. A chefe enfatiza que a meta da regional é reduzir o índice e que vai cobrar intervenções incisivamente dos municípios que tiveram aumento no coeficiente. “Vamos trabalhar muito para reverter esse índice neste ano. Lógico que isso não depende só da regional. A regional monitora, acompanha e orienta, mas quem implementa são os municípios. E também vamos o quanto antes contratar médico para ambulatório de alto risco, essa é uma das nossas prioridades”, assinala. Dentre as principais causas da mortalidade infantil está a gestação de risco, com casos envolvendo adolescentes, usuários de drogas e a ausência de tratamento de gestantes com infecções e hipertensão. Dos 17 municípios da área da regional de saúde, nove registraram aumentos nos índices de um ano para outro. Em cinco, entretanto, a taxa de mortalidade recuou: Bom Sucesso, Jandaia do Sul, Marilândia do Sul, Novo Itacolomi e Sabáudia.

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Borrazópolis atinge maior índice com 48,19 Na região, Borrazópolis é o município que registrou a maior taxa de mortalidade no ano passado. Em 2014, o coeficiente era de 11,90 óbitos, com registro de 1 morte. No ano passado o município registrou quatro mortes o que fez o índice saltar para 48,19. Enfermeira Soraia Bonfim, responsável pelo controle de mortalidade do município, disse que as mortes foram investigadas e que pelo menos dois casos poderiam ter sido evitados. “Ocorreram mortes por má formação congênita e câncer. Uma morte poderia ter sido evitada e outra, que ainda está em análise, apresenta indícios de que também poderia ter sido evitada”, informa. Soraia explica que muitas gestantes não usaram o consórcio do município e procuraram cidades vizinhas para realização do parto.“Muitas estão optando fazer pré-natal nessas cidades porque existem outras regras para acompanhantes, visitas e opção preferencialmente de parto normal, em último caso cesárea. Assim, perdemos o controle do pré-natal o que dificulta nosso trabalho”, alega.

Apucarana e Arapongas registram aumento Nas duas maiores cidades da região, o número de mortes também cresceu. Conforme o levantamento da 16ª Regional de Saúde (RS), Apucarana teve acréscimo de 15,5% no coeficiente de falecimentos por mil nascidos vivos. A taxa passou de 11,09 com 20 óbitos para 12,81, com 23 mortes de crianças com menos de 1 anos de idade. Secretário Municipal de Saúde, Roberto Kaneta, disse que 2015 foi um ano atípico. “A regional convocou a secretaria várias vezes para discutir uma intervenção. Apesar de diversas ações implementadas, chegamos nesse patamar”, disse o secretário. Já o coeficiente de mortalidade infantil em Arapongas, foi maior do que a cidade vizinha, com aumento de 55%. O índice em 2014 era 10,27, com 17 mortes. No ano passado atingiu 15,97 para cada grupo de mil nascidos vivos com 26 mortes. A reportagem tentou contato por telefone com o secretário de saúde do município, contudo, não obteve sucesso.

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