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FHC: 'Temos liberdade hoje, mas não podemos fechar olhos, temos de ficar alertas'

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou na tarde deste sábado, 6, que as pessoas têm hoje liberdade no Brasil para se expressar, mas que não por isso é possível fechar os olhos. "Temos de ficar alertas", disse o tucano durante live promovida pel

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.06.2020, 21:15:00 Editado em 06.06.2020, 21:20:14
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou na tarde deste sábado, 6, que as pessoas têm hoje liberdade no Brasil para se expressar, mas que não por isso é possível fechar os olhos. "Temos de ficar alertas", disse o tucano durante live promovida pelo movimento Direitos Já! com personagens de vários espectros políticos, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). A conversa virtual foi comandada pelo coordenador do grupo, Fernando Guimarães.

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"Não está na hora de escondermos o nosso sentimento democrático. A cultura democrática ainda não está enraizada. "Ele (Bolsonaro) tem uma agenda que não é democrática, e nós que somos democratas temos de nos contrapor a isso", disse FHC, no contexto dos atuais atos promovidos no País em favor da democracia.

De acordo com o Fernando Henrique, quem governa deve motivar as pessoas a uma maior participação no processo decisório. "Tem que governar conjuntamente, mas hoje nosso atual presidente motiva um setor e desconsidera o outro", afirmou. "Quando ele deixa de ser moderador e passa a ser agressor a coisa vai mal. É o que vivemos hoje", complementou o tucano.

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Nos últimos dias, diversos grupos em favor da democracia no País surgiram dentro da sociedade civil organizada. Parte desses movimentos convocou novas manifestações para esse domingo, 7, em várias cidades, como a capital paulista.

Eles são resultado de falas recentes do presidente Jair Bolsonaro e de aliados que indicariam apoio a uma eventual ruptura institucional - o próprio presidente já participou pessoalmente de atos em Brasília que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça, Nelson Jobim também participou da live e afirmou não ver espaço para a participação das Forças Armadas nessa suposta ruptura. "Não há possibilidade nenhuma de as Forças Armadas fazerem qualquer intervenção, não há interesse em repetir (o golpe de) 64. Meu receio é com essa tentativa de aproximação com as forças policiais dos Estados", disse.

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Jobim referia-se ao fato de parte de policiais militares de todo o País posicionarem-se claramente a favor do governo Bolsonaro. Posição essa que poderia afetar de alguma forma a neutralidade das forças policiais, que passariam a não atuar em favor do Estado, mas de um governo.

Também convidado, o governador do Ceará, que enfrentou um motim policial no começo do ano, ressaltou que recentemente a política tem entrado no quartéis com mais força.

"Esse envolvimento da polícia com a vida partidária é grave", disse Camilo Santana (PT).

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Segundo o petista, policiais que devem trabalhar para proteger a população ameaçam governantes por questões salariais e ideológicas. "O que fizemos aqui foi um movimento de resistência. Aprovamos uma PEC que veta anistia e aumento diante de motins, o que ajudou a impedir movimentos semelhantes em outros Estados."

Militares

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Nesse contexto, FHC ressaltou que é preciso incluir os militares no diálogo. "O momento exige muita responsabilidade para construirmos um caminho. Criar uma base comum outra vez, depois brigarmos por questões partidárias. O que está em jogo é nossa sobrevivência como pessoas e como Nação. Precisamos criar lideranças, abrir espaços para as outras gerações."

Maia assegurou que uma frente ampla pela democracia tem se consolidado nos últimos meses, com representantes de espectros políticos distintos aceitando a debater conjuntamente. "Tenho conversado com políticos que não conversava antes. Mas são os alicerces atuais da sociedade que precisam mudar, para reduzirmos concentração de renda e desigualdade social", afirmou.

Na avaliação de Jobim, essa frente política ampla não se constrói assinando papel nem tentando qualquer solução que não passe pelo voto. Mesma opinião de Flávio Dino. "Eu quero que ele (Bolsonaro) perca nas urnas em 2022., mas pra isso ele tem que se ajudar para a gente ajudar ele", brincou o governador, citando indiretamente as frentes políticas e jurídicas hoje debatidas para encurtar o seu mandato, como impeachment e eventuais denúncias criminais.

Dino ainda se disse "otimista" com a proliferação de grupos a favor da democracia e sem exigir nada de forma cartorial. "E para que tudo isso? Manifestos, notas de repúdio? Acho que tudo tem o seu papel, o importante é encontrar a agenda certa. Qual é a agenda imediata? Saúde, emprego e renda para evitar o caos."

Segundo o governador, no entanto, a agenda do impeachment também está colocada. "Essa depende mais dele (Bolsonaro) do que de nós. Ele está com espírito de serial killer, cada dia mata um artigo da Constituição. Agora o mais importante: gramática e dicionário. Ustra foi torturador? Foi, não se pode refundar a história. Isso é que deve nos unir, completou.

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