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Relação com ministro que pode tirá-lo do cargo é 'até republicana', diz diretor da PF

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, definiu sua relação com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, como "muito tranquila" e "até republicana". No fim de julho, ao ser questionado so

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.08.2017, 23:00:03 Editado em 11.08.2017, 23:00:03
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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, definiu sua relação com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, como "muito tranquila" e "até republicana".

No fim de julho, ao ser questionado sobre o futuro de Daiello no cargo, o ministro repetiu que não há previsão de mudança. Mas também não quis afiançar a permanência. "Estamos trabalhando para uma nova Polícia Federal, novo sistema, o engajamento institucional, irrelevante quem vai continuar, se é ele lá e eu aqui."

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Especulações sobre uma troca na direção da PF se empilham desde que Jardim assumiu a pasta, em maio. A ameaça da saída de Daiello é vista por seus pares como uma tentativa de interferir na Lava Jato, hipótese sempre negada pelo ministro de Michel Temer.

O diretor-geral da PF comentou, em palestra nesta sexta-feira (11) na faculdade de direito da FMU, em São Paulo, outro possível ataque à instituição, desta vez por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada no começo desta semana, Janot disse que há uma "disputa de poder" entre Ministério Público e PF —que, segundo o procurador, critica delações das quais não participa.

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"Toda a discordância da PF conosco gira em torno de um negócio que chama colaboração premiada. Existe uma disputa de poder em cima da colaboração. Aquilo que a PF faz, e bem, é investigação. Eu ajuizei [no Supremo] uma ADI [Ação Direta de Inconstitucionalidade] que diz que polícia não pode fazer colaboração premiada", disse Janot.

Na semana passada, Daiello se reuniu com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello, que depois sinalizou que votará a favor que policiais federais possam fechar acordos de delação.

"Óbvio que não vou antecipar a decisão do Supremo", afirmou o diretor da PF após a reportagem questioná-lo sobre o assunto no evento universitário. Em seguida, disse que a instituição continuará com a prática até a corte tomar uma decisão.

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Daiello disse estar ali para convencer os estudantes de direito a fazerem concurso para entrar na instituição que comanda desde 2011. Usou números para dar a dimensão do trabalho da PF.

Só em 2016: 922 operações ("550 especiais, daquelas que vocês veem na TV"), 2.733 prisões cautelares e 116.670 inquéritos em andamento.

O tom dramático veio com um slide de sua apresentação digital, com imagens de caveira e a chamada em inglês: "Corruption, the silent killer" (corrupção, a assassina silenciosa).

Ele lembrou dos três anos e 42 fases da Operação Lava Jato e disse ter "saudades da época em que uma fraude de R$ 500 mil" já alvoroçava policiais federais.

Hoje as investigações revelam desvios que chegam à casa dos bilhões. "Falamos desses números com uma naturalidade irritante."

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