DANIEL CARVALHO E ANGELA BOLDRINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) disse nesta quarta-feira (2), logo após o governo alcançar maioria para arquivar denúncia contra Michel Temer, que "eventualmente" pode haver uma redistribuição de espaços entre partidos aliados.
Para o ministro, "o que está na cabeça do presidente da República é ter uma base que permita fazer o avanço das reformas previdenciária, tributária e outros projetos importantes para a recuperação da economia, dos empregos, da renda da família brasileira."
Aliados de Temer pressionam o presidente para que haja um rearranjo na Esplanada dos Ministérios, diminuindo, inclusive, o espaço do PSDB.
O partido de Imbassahy ocupa hoje quatro ministérios. No entanto, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), orientou sua bancada a votar contra o presidente. Faltando 15 tucanos votarem, 16 já haviam votado contra Temer e 14 a favor.
Questionado sobre como ficaria relação do governo com o PSDB após essa votação, o ministro desconversou.
"Temos que aguardar. Esta ponderação pertence ao presidente da República", disse.
RELATOR
O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), autor do parecer favorável a Temer que foi aprovado nesta quarta-feira (2) em plenário chamou de "pequeno problema" a decisão do partido de orientar a bancada a votar contra seu relatório.
"O partido não tem dono, é uma boa demonstração de que nós prezamos a democracia", afirmou. "Expectativa é de que o PSDB possa resolver esse pequeno problema, saindo dele bem mais forte."
A reportagem apurou nesta quarta que a decisão de orientar foi motivada pela decisão de Abi-Ackel de escrever o relatório na CCJ sem comunicar a liderança e a bancada. Questionado a respeito disso, o parlamentar afirmou que só os "mal-informados ou inexperientes na política" poderiam criticá-lo.
"A bancada foi liberada, então eu tinha liberdade total para exercer a minha atividade parlamentar", disse.
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