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ATUALIZADA - Moro aceita denúncia e Lula vira réu também no caso do sítio de Atibaia

ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O juiz Sergio Moro aceitou, nesta terça-feira (1º), mais uma ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, desta vez relativa ao sítio de Atibaia (SP). O petista é acusado de corrupç

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.08.2017, 21:05:09 Editado em 01.08.2017, 21:05:09
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O juiz Sergio Moro aceitou, nesta terça-feira (1º), mais uma ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, desta vez relativa ao sítio de Atibaia (SP).

O petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no sítio no interior de São Paulo. Segundo a acusação, o ex-presidente se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no imóvel, que era frequentado por Lula e seus familiares. As reformas teriam sido pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

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Reportagem da Folha de S.Paulo, em janeiro de 2016, revelou que a Odebrecht realizou a maior parte das obras no local, gastando R$ 500 mil apenas em materiais.

Os valores usados nas reformas teriam vindo, segundo a denúncia do Ministério Público, de contratos das empreiteiras na Petrobras, e repassados como vantagem ilícita ao ex-presidente.

Na decisão que acatou a denúncia, Moro destaca que "não há qualquer registro de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pago qualquer valor por essas reformas realizadas no sítio de Atibaia".

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"Evidentemente, não se trata de conclusão quanto às provas, pois elas estão sujeitas a críticas e ao contraditório", complementa o juiz. Segundo ele, caberá ao ex-presidente demonstrar se arcou com alguma das despesas, com prova documental, o que poderia fazer "com facilidade" por meio de transferências bancárias e outros documentos.

Para a Procuradoria, o sítio, que está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, pertencia, na realidade, a Lula, "proprietário de fato" do local, e foi comprado em seu benefício.

Entre as provas mencionadas pelos procuradores, estão e-mails enviados a endereços do Instituto Lula que citam cardápios de almoço no sítio e viagens do petista a Atibaia. Um deles fala sobre uma jaguatirica que pode ter comido marrecos do sítio, "em resposta à pergunta do presidente".

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AÇÕES

Esta é a sexta ação contra Lula por suspeitas de corrupção, e a terceira a que ele responde na vara do juiz Sergio Moro.

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O ex-presidente já foi condenado em uma delas, a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção no caso do tríplex do Guarujá (SP).

A denúncia relativa ao sítio havia sido apresentada no final de maio pelo Ministério Público Federal, mas só agora foi aceita por Moro.

Além do ex-presidente, também viraram réus o patriarca do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, seu filho Marcelo; os executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Paschoal e Emyr Costa; os executivos da OAS Leo Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros e Paulo Gordilho; o pecuarista e amigo de Lula José Carlos Bumlai (acusado de pagar o início das reformas); o ex-funcionário da Presidência Rogério Aurélio Pimentel; o advogado e amigo de Lula Roberto Teixeira; e o proprietário formal do sítio, Fernando Bittar.

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OUTRO LADO

O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, declarou que a denúncia é "esdrúxula" e a decisão de recebê-la reflete "mais um atentado ao Estado de Direito".

Segundo o defensor, os contratos da Petrobras mencionados na ação não têm qualquer relação com benefícios ao petista, "como o próprio juiz já reconheceu" –em referência à sentença do caso do tríplex do Guarujá.

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Na ocasião, Moro declarou em decisão que "jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente".

Segundo o juiz, naquele caso, não há correlação em relação à origem dos recursos. Para o defensor, isso demonstra que a fórmula é "descabida".

Zanin ainda destaca que o sítio tem proprietários conhecidos e que Moro não indica nenhum ato de ofício de Lula que justificaria as vantagens indevidas oferecidas a ele.

Para o advogado, a peça integra uma prática de "lawfare", ou perseguição jurídica, contra Lula pela Operação Lava Jato.

O defensor ainda menciona uma entrevista que Moro concedeu à Folha de S.Paulo e a um consórcio internacional de jornalistas investigativos, no último domingo (30), para afirmar que o juiz não tem a imparcialidade necessária ao cargo.

"Ele tratou especificamente do caso de Lula, situação que por si só deveria motivar o reconhecimento dessa suspeição", afirmou o advogado, em nota.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais réus, na noite desta terça (1º).

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