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'Não vivi do meu salário', diz Cabral, que nega contas no exterior

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) reconheceu em depoimento à Justiça Federal que os doleiros Renato e Marcelo Chebar gerenciavam recursos ilegais seus no país. Contudo, negou ser o real titular de contas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.07.2017, 20:05:09 Editado em 12.07.2017, 20:05:09
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) reconheceu em depoimento à Justiça Federal que os doleiros Renato e Marcelo Chebar gerenciavam recursos ilegais seus no país. Contudo, negou ser o real titular de contas no exterior.

Em depoimento de duas horas ao juiz Marcelo Bretas, Cabral deu a entender que os dois irmãos -chamados por ele de "criativos Chebar"- buscaram esconder outros clientes ao atribuir a ele os cerca de US$ 100 milhões depositados no exterior.

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Ele confirmou que os dois administravam as sobras de caixa dois de campanha que se apropriou ao longo dos anos. Mas afirmou que não sabia como eles operavam os recursos.

"Desconheço o 'modus operandis' deles. Não sei onde eles guardavam [o dinheiro]. Eram responsáveis por buscar recursos de campanha. Pagavam eventualmente coisas minhas. Mas desconheço se havia outros clientes", disse Cabral.

"Não tenho nada a ver com esses recursos [no exterior]. Pior do que a mentira é a verossimilhança. O desespero da prisão tem levado às pessoas a contarem mentiras. O que os irmãos Chebar contaram é verossímil", afirmou.

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Os dois irmãos firmaram delação premiada e devolveram aos cofres públicos R$ 250 milhões e atribuíram o valor ao ex-governador. Ele negou ser dono deste dinheiro, e disse que acumulou com sobras de caixa dois de campanha até R$ 5 milhões.

O peemedebista afirmou que ouviu dos Chebar que respondiam processo na Justiça suíça e que foram investigados na CPI do Banestado, por volta de 2015. Disse que decidiu encerrar o relacionamento com eles em razão disso, quando eles mantinham um saldo de R$ 3,5 milhões.

O peemedebista confirmou apenas que mantinha até o início dos anos 2000 uma conta no Israel Discount Bank de Nova York (Estados Unidos). Afirmou que decidiu encerrar a conta com a divulgação do escândalo do propinoduto.

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"Disse para eles converterem em reais, que não queria mais saber de conta no exterior. Desde 2003, nunca mais tive conta no exterior em nome de ninguém. É um absurdo, no mínimo... Se os dois irmãos morressem?", disse Cabral.

Cabral voltou a reconhecer o erro de ter se apropriado de caixa dois de campanha.

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"Eu não vivi com meu salário. Eu errei ao usar ao caixa dois", disse o peemedebista.

O peemedebista voltou a negar que cobrava 5% de propina nos grandes contratos do Estado. E criticou as delações de executivos de empreiteiras e outras grandes empresas.

"Estou vendo donos de companhias brasileiras fazendo um papelão. Até gravando presidente da República", disse ele, em referência à delação de Joesley Batista, da JBS, que gravou conversa com Michel Temer.

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Ele disse que teve relação tensa com executivos de empreiteiras durante seu governo.

"Prejuízo em obra era sempre o mote dessas reuniões. Vinham bem comportadinhos, chorões, com cara de cachorrinho", disse o ex-governador.

REPRIMENDA

No início do depoimento, Bretas repreendeu Cabral por ter classificado na segunda-feira (12) como "maluquice" a acusação do Ministério Público Federal de que cobrava 5% sobre contratos.

"É importante manter um bom nível no nosso relacionamento. Pediria que se contivesse", disse Bretas.

"Meu intuito foi mostrar indignação com as afirmações que não são verdadeiras", disse Cabral.

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