BRASÍLIA, DF, E HAMBURGO, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - O senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) afirmou nesta sexta (7) que o PSDB deve escolher apoiar a bancada de deputados federais, cuja maioria é pelo desembarque do governo, em vez de manter os cargos no Executivo.
"Se é para fazer uma escolha entre abandonar a nossa bancada na Câmara e abandonar os cargos confortáveis do governo, eu prefiro abandonar os cargos", afirmou.
A postura do parlamentar foi antecipada pela coluna "Painel", da Folha de S.Paulo, desta sexta.
Cunha Lima também disse que um relatório favorável à aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer pode levar a "efeito dominó" e ao colapso do governo.
Apesar de o partido estar dividido, líderes da sigla afirmam que hoje a bancada federal deve votar em maioria na CCJ e no plenário da Câmara a favor da aceitação da denúncia contra Temer.
"Podemos estar diante do inicio do fim com a posição do deputado relator [Sérgio Zveiter, que é do PMDB], porque o presidente não tem nenhum apoio popular, não tem apoio dos setores organizados da sociedade, se sustenta basicamente com apoio parlamentar', afirmou. "Se no seu próprio partido o apoio estremece, podemos ter um colapso no governo."
Cunha Lima afirmou também que a situação do governo pode se complicar ainda mais com a perspectiva da delação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
A posição de Cássio é sustentada pelo líder do partido na Câmara. Um dos defensores do desembarque do governo, Ricardo Tripoli (PSDB-SP) disse nesta sexta que a situação é "quase insuportável".
Tasso Jereissati (CE), o presidente interino do PSDB, disse nesta quinta (6) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "tem condições" de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.
CRÍTICAS
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, criticou nesta sexta-feira (7) declarações de dirigentes tucanos de que o governo Temer estaria próximo de seu fim.
"Do ponto de vista dos interesses do Brasil, não poderia haver ocasião mais inoportuna para os recentes ataques de dirigentes do PSDB ao presidente da República, quando ele representa nosso país na cúpula do G20. Nem Lula nem Dilma tiveram esse tratamento de nossa parte quando éramos oposição", disse nas redes sociais.
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