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ATUALIZADA - Sob pressão, Temer recua e revoga decreto de Forças Armadas

GUSTAVO URIBE E VENCESLAU BORLINA FILHO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sob pressão da base aliada, o presidente Michel Temer recuou e revogou decreto para atuação das Forças Armadas nas ruas do Distrito Federal. A revogação saiu em edição extra do "Diário Of

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.05.2017, 12:20:10 Editado em 26.05.2017, 00:01:01
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GUSTAVO URIBE E VENCESLAU BORLINA FILHO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sob pressão da base aliada, o presidente Michel Temer recuou e revogou decreto para atuação das Forças Armadas nas ruas do Distrito Federal.

A revogação saiu em edição extra do "Diário Oficial da União" nesta quinta-feira (25). Em meio a episódios de violência e depredação, o peemedebista havia publicado na quarta-feira (24) o decreto que permitia aos efetivos militares atuarem com poder de polícia até a próxima quarta-feira (31), o que criou uma crise com a Câmara dos Deputados.

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Antes de tomar a decisão, o presidente foi alertado por auxiliares e assessores do desgaste que a presença das Forças Armada poderia causar à sua imagem, já prejudicada pelas delações da JBS.

Ele, no entanto, decidiu seguir adiante por entender que a escalada da violência geraria um dano ainda maior. Na própria quarta-feira (24), o peemedebista disse que poderia revogar o decreto se a situação voltasse ao normal.

Pelo decreto, publicado em edição extra do "Diário Oficial da União", as Forças Armadas atuariam pela GLO (Garantia da Lei e da Ordem). O dispositivo autorizava os militares a atuarem com poder de polícia quando há o esgotamento das forças de segurança pública ou no caso de situações de perturbação.

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"O presidente decretou, repito por solicitação do presidente da Câmara dos Deputados, uma ação de Garantia da Lei e da Ordem", disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no entanto, negou que tenha pedido o emprego das Forças Armadas. Segundo ele, solicitou que a Força Nacional garantisse a segurança nas adjacências do Congresso Nacional e pediu uma retratação do ministro da Defesa.

Em reação, o governo peemedebista confirmou que Maia pediu o emprego da Força Nacional. Segundo ele, contudo, o efetivo disponível em Brasília já havia sido utilizado para proteger o entorno do Palácio do Planalto.

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Por isso, e devido ao tamanho da manifestação, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e o Ministério da Defesa decidiram que as Forças Armadas seriam mais efetivas.

Criada em 2004, a Força Nacional atua na preservação da ordem pública, na incolumidade das pessoas e do patrimônio e em situações de calamidades públicas. Ela é formada por policiais militares e civis e por integrantes na reserva das Forças Armadas.

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O protesto foi organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda pela saída do presidente, contra as reformas da previdenciária e trabalhista e a favor da convocação de eleições diretas.

Nos bastidores, auxiliares e assessores presidenciais reconhecem que o protesto não foi irrelevante e reuniu público maior do que era esperado. Segundo a Polícia Militar, 25 mil pessoas participaram da manifestação.

A preocupação é de que, a partir de agora, o clima de animosidade popular contra o governo peemedebista se intensifique e novas manifestações com episódios de violência ocorram em todo o país.

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CRÍTICAS

A necessidade de uso da GLO no contexto das manifestações desta quarta (24) divide especialistas ouvidos pela reportagem.

Para o presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo), o advogado Roberto Dia, não ficou evidente o esgotamento das forças pela Polícia Militar do Distrito Federal. Por isso, ele avalia a medida como ilegal.

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"Não me pareceu que a polícia não pudesse fazer a contenção dos manifestantes e dos atos de violência. Em razão disso, acredito que houve precipitação do governo, considerando que o decreto de Garantia da Lei e da Ordem é para casos excepcionais, quando da reconhecida falência das forças policiais numa situação", disse.

Já o também advogado constitucionalista Adib Abdouni, ex-professor universitário, afirma que o presidente da República tem autonomia para decretar o emprego da GLO, seja para prevenção ou contenção de atos violentos. "Acredito que não foi abuso. Foi uma ação de prevenção em razão da quantidade de pessoas e na necessidade de reforço para conter a agressividade dos manifestantes", diz.

A convocação das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem está prevista na Constituição (artigo 142), em leis complementares (lei 97/1999) e em decretos (3.897/2001).

A decisão é exclusiva do presidente da República, de forma a atender pedidos dos poderes constitucionais, como Estados, Justiça e Câmara dos Deputados.

Não foi a primeira vez que o governo federal decretou a medida. Durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, as Forças Armadas foram convocadas para grandes eventos, como Copa do Mundo e Copa das Confederações, e também para leilões de campos de petróleo do pré-sal.

Em 2013, Dilma convocou o Exército para proteger o Palácio do Planalto e outros prédios públicos em meio à onda de de manifestações que tomou o país. Mas a medida na época não foi feita pela GLO.

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