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ATUALIZADA - STF divulga conversa entre jornalista e fonte em pacote de grampos da JBS

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Supremo Tribunal Federal tornou públicas milhares de conversas interceptadas no inquérito envolvendo a JBS que não foram consideradas relevantes pela Polícia Federal. Uma dessas conversas traz o jornalista Reinaldo Azevedo, c

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.05.2017, 23:30:08 Editado em 23.05.2017, 23:30:11
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Supremo Tribunal Federal tornou públicas milhares de conversas interceptadas no inquérito envolvendo a JBS que não foram consideradas relevantes pela Polícia Federal.

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Uma dessas conversas traz o jornalista Reinaldo Azevedo, colunista do jornal "Folha de S.Paulo" e então blogueiro da revista "Veja", conversando com uma fonte, a irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves.

O diálogo foi interceptado pela Polícia Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República e com autorização do STF, durante as investigações resultantes das delações da JBS. Andrea foi presa na semana passada.

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As conversas telefônicas foram grampeadas pela PF em abril. O jornalista não era alvo das investigações –a pessoa grampeada era Andrea, delatada pelos donos da JBS.

Os áudios integram um lote de 2.200 gravações entregues à imprensa na semana passada pela assessoria do STF após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, decretar o fim do sigilo do caso, na semana passada, a pedido da Procuradoria. Muitas delas não tratam da investigação.

Em seu despacho que abriu os sigilos, Fachin argumenta que a Constituição veda a restrição da publicidade em prol do interesse público, inclusive acima do direito à intimidade dos interessados.

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O texto do ministro não menciona a existência de conversas grampeadas com jornalistas nem o direito ao sigilo da fonte, garantido pela Constituição.

O ministro não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a liberação de gravações envolvendo jornalistas e outros casos sem ligação com a investigação.

Procurada, a presidente do STF, Cármen Lúcia, respondeu: "O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada no sentido de se respeitar integralmente o direito constitucional ao sigilo da fonte. A presidente do STF reitera o seu firme compromisso, que tem sido de toda vida, de lutar, e agora, como juíza, de garantir o integral respeito a esse direito constitucional".

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Após o site "BuzzFeed" noticiar na tarde desta terça (23) que Reinaldo Azevedo, em conversa com Andrea à 0h34 do dia 13 de abril, criticou reportagem de capa da "Veja" sobre suspeitas contra Aécio, o colunista informou, em nota ao site, que pediu demissão da revista. Ele também se desligou da rádio Jovem Pan, mas disse que, nesse caso, as razões antecedem a divulgação da conversa.

Tanto na "Veja" como na "Folha de S.Paulo", Azevedo vem sendo crítico à Operação Lava Jato em seus artigos. Sobre a operação que levou à divulgação de conversa do empresário Joesley Batista com o presidente, escreveu no jornal que "Temer foi vítima de uma conspiração".

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Em nota a respeito dos diálogos em que aparece, o colunista escreveu: "A transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação."

"Há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo."

A matéria de "Veja" comentada na conversa telefônica dizia que um delator da Odebrecht havia afirmado que Aécio recebeu propina em uma conta em Nova York controlada por Andrea.

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Dias depois, quando as delações da Odebrecht perderam o sigilo, a informação não se confirmou. No diálogo, Azevedo e Andrea criticam a Lava Jato e a empreiteira.

Em outro momento, Azevedo diz que o procurador-geral, Rodrigo Janot, tem pretensões eleitorais. A PF não anotou em seu relatório nenhum indício de irregularidade na conversa entre Azevedo e Andrea.

Também foram anexadas à investigação ligações grampeadas entre Aécio e seu advogado, Alberto Toron, em que discutem conteúdos de reportagens, por exemplo.

Pela lei, a polícia envia à Justiça todo o material coletado, com relatório que aponta os trechos relativos à investigação, e cabe à Justiça decidir o que fazer com o material.

Questionada, a PGR disse que "não anexou, não divulgou, não transcreveu, não utilizou como fundamento de nenhum pedido, nem juntou o referido diálogo aos autos" da ação em que Andrea Neves figura como investigada.

A Procuradoria diz que não se baseou nos áudios, mas nos relatórios da PF, que não mencionam o diálogo do jornalista com a irmã de Aécio. "Todas as conversas utilizadas pela PGR em suas petições constam tão somente dos relatórios produzidos pela Polícia Federal, que destaca os diálogos que podem ser relevantes para o fato investigado. Neste caso específico, não foi apontada a referida conversa", disse.

Procurada, Polícia Federal informou, em nota, que os diálogos interceptados foram realizados no mês de abril de 2017, por decisão de Fachin, e que, por não dizer respeito ao objeto da investigação, a conversa entre Reinaldo Azevedo e Andrea Neves não foi lançada em qualquer dos autos circunstanciados.

Ainda segundo a PF, conforme a Legislação estipula, todas as conversas dos investigados são gravadas, e somente o juiz do caso pode decidir pela inutilização de áudios que não sejam de interesse da investigação.

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