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Líder rural é morta a tiros em acampamento no Pará

JÚSSIA CARVALHO BELÉM, PA (FOLHAPRESS) - A líder rural Kátia Martins, 43, foi morta a tiros na noite desta quinta-feira (4) em sua casa no acampamento 1º de Janeiro, na divisa entre os municípios de Castanhal e São Domingos do Capim, a 130 km de Belém, no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.05.2017, 22:30:04 Editado em 05.05.2017, 23:05:54
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JÚSSIA CARVALHO

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BELÉM, PA (FOLHAPRESS) - A líder rural Kátia Martins, 43, foi morta a tiros na noite desta quinta-feira (4) em sua casa no acampamento 1º de Janeiro, na divisa entre os municípios de Castanhal e São Domingos do Capim, a 130 km de Belém, no Pará.

Martins era presidente da Associação de Agricultores Familiares do acampamento há cinco anos.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará, o crime ocorreu dentro da casa da vítima, que morava com o neto, quando dois homens encapuzados chegaram de moto e dispararam entre cinco a seis tiros. O caso está sendo apurado em sigilo e ainda não há suspeitos identificados.

A secretaria não corroborou a hipótese de se tratar de um conflito por terra, apesar de esta ser a principal suspeita de alguns representantes rurais que se manifestaram sobre o ocorrido.

Em uma entrevista à imprensa realizada na tarde desta sexta (5), o assessor regional da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) Elilson Silva afirmou que Martins voltava de uma reunião para arrecadar verbas para projetos do acampamento por meio do Banco da Amazônia.

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O terreno estaria sob a jurisdição do Instituto de Terras do Pará, para o qual as terras "seriam improdutivas", afirmou Silva.

Daniel Lopes, presidente do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), disse não poder confirmar a informação quando foi procurado pela reportagem. "Se existe um conflito fundiário, mesmo que a terra fosse do Iterpa, por ser área de conflito é problema de reforma agrária, portanto do governo federal e do Incra", disse Lopes.

"Ela achava que estava marcada para morrer", afirmou Vera Paoloni, diretora da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Pará durante a coletiva. Segundo Paoloni, Martins chegou a dizer, durante uma reunião no Sindicato dos Trabalhadores de Castanhal na sexta (1º), que estava recebendo ligações suspeitas.

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Tanto Silva quanto Paoloni afirmam que os crimes em regiões de conflito por terra estão aumentando. Segundo o assessor, cerca de 2.500 assassinatos no campo foram cometidos desde 1964 até 2016 -somente nesta semana teriam sido seis, um deles o de Martins.

TORTURA

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A Polícia Civil do Pará investiga também um suposto caso de tortura e assassinato a tiros ocorrido na fazenda Serra Norte, no município de Eldorado do Carajás, a 639 km de Belém.

A Delegacia de Conflitos Agrários, sob o comando do delegado Alexandre Nascimento, identificou a vítima como sendo o trabalhador rural Advaldo Soares Costa. A equipe permanece no local para identificar a autoria do crime.

O corpo foi removido para Marabá após ter sido encontrado em uma área do terreno conhecida como Pedra Furada. O relato da polícia diz que Costa apresentava olhos perfurados, mãos amarradas e cortadas.

Segundo Vera Paoloni, diretora da CUT-PA, o crime foi ainda mais violento. Ela afirma que o trabalhador teve dedos cortados, braços e pernas quebrados e pescoço degolado, além de ter levado tiros, facadas e pauladas.

Eldorado dos Carajás ficou conhecido no Brasil pelo massacre que deixou 19 mortos depois de um conflito entre trabalhadores sem terra e a Polícia Militar do Pará há 21 anos.

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