BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Atual ministro das Cidades, Bruno Araújo recebeu da Odebrecht R$ 600 mil não declarados, segundo delações de ex-executivos da empreiteira, que afirmaram também que o tucano defendeu interesses da empresa quando era deputado.
O relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, autorizou no dia 4 de abril que o ministro seja investigado.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) requereu abertura de inquérito para investigar Araújo com base nas delações de João Antônio Pacífico Ferreira, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Cláudio Melo Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares.
"Consoante o Ministério Público, um dos colaboradores informa que, diante da influência do parlamentar, decidiu-se manter com ele boa relação, sendo realizados vários repasses financeiros nos anos de 2010 e 2012, como doação eleitoral, no valor total de R$ 600 mil, soma não contabilizada e paga pelo setor de operações estruturadas" da Odebrecht, o "departamento de propinas" da empreiteira.
A PGR diz ainda que os delatores informaram que "quando no exercício do cargo de deputado federal, agiu o parlamentar em defesa dos interesses da empresa no Congresso Nacional".
A Procuradoria afirma haver indícios da prática de crimes de corrupção passiva e passiva e lavagem de dinheiro.
OUTRO LADO
"De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas. Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses coletivos. Atuei de acordo com a minha consciência", disse Bruno Araújo em nota.
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