SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de inquérito para investigar o senador Fernando Collor (PTC-AL) sob suspeita de ter recebido R$ 800 mil de caixa dois em sua campanha ao Senado em 2010.
O pedido feito pela Procuradoria-Geral da República se baseia nas delações de dois colaboradores da Odebrecht: Fernando Cunha Reis e Alexandre José Lopes Barradas.
Os representantes da empreiteira afirmaram em seus depoimentos terem feito pagamento de R$ 800 mil à campanha de Collor ao Senado em 2010 por meio de caixa dois.
Segundo os delatores -aponta o ministro Fachin- esses repasses funcionariam como "contrapartida a interesses da empresa, notadamente na área de saneamento básico".
De acordo com o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
O parlamentar foi identificado como "Roxinho" pelo setor de operações estruturadas da empreiteira.
LENTO
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) é acusado de ter recebido da Odebrecht R$ 200 mil em duas parcelas. Ele aparece com o apelido de "Lento" no sistema da empreiteira.
O dinheiro teria sido destinado à campanha eleitoral de Alves Filho ao Senado, em 2010. Ele foi citado nas delações de Ariel Parente da Costa, João Antônio Pacífico Ferreira e Benedicto Barbosa da Silva Júnior.
AMAZONENSES
O ministro do STF Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar os senadores e ex-governadores do Amazonas Eduardo Braga (PMDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM), sob suspeita de receberem pagamentos irregulares da Odebrecht em troca da defesa de interesses da empreiteira.
O pedido feito pela Procuradoria-Geral da República se baseia na delação de Arnaldo Cumplido de Souza e Silva e de planilha apresentada por Luiz Eduardo da Rocha Soares.
Segundo a delação, a Odebrecht pagou R$ 1 milhão a Braga referente à construção da Ponte do Rio Negro. Ainda de acordo com os depoimentos, após a eleição de Braga ao Senado, as solicitações de pagamentos passaram a ser feitas por José Lopes, empresário supostamente ligado a Aziz, que assumiu o governo.
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