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ATUALIZADA - 'Me preocupa que prendam o Lula', diz Dilma em conferência nos EUA

ISABEL FLECK E MARCOS AUGUSTO GONÇALVES, ENVIADOS ESPECIAIS BOSTON, NOS EUA (FOLHAPRESS) - Ao iniciar seu périplo pelos Estados Unidos para defender que o processo de impeachment que a tirou do poder foi um golpe, a ex-presidente Dilma Rousseff disse, n

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.04.2017, 19:10:08 Editado em 08.04.2017, 19:10:09
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ISABEL FLECK E MARCOS AUGUSTO GONÇALVES, ENVIADOS ESPECIAIS

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BOSTON, NOS EUA (FOLHAPRESS) - Ao iniciar seu périplo pelos Estados Unidos para defender que o processo de impeachment que a tirou do poder foi um golpe, a ex-presidente Dilma Rousseff disse, neste sábado (8), que ela se preocupa com a eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Me preocupa muito que mudem as regras do jogo democrático. Me preocupa que prendam o Lula. Me preocupa que tirem o Lula da parada", disse Dilma, na Brazil Conference, evento organizado por alunos brasileiros na Universidade Harvard, em Boston.

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Segundo Dilma, há uma "possibilidade concreta" de que Lula ganhe as eleições presidenciais de 2018, se concorrer. "Infelizmente, para as oposições, ele tem nas pesquisas 38%, com tudo o que fizeram com ele", disse. "Deixa ele concorrer para ver se ele não ganha."

Falando pouco antes de um evento com o juiz Sergio Moro, na mesma conferência, Dilma criticou "o uso político e ideológico da Lava Jato" e disse que é "inadmissível" um juiz falar publicamente, fora do processo.

"Não é admissível juiz falar fora de processo, em qualquer lugar do mundo", disse. "Não concordo com nenhum uso de law fare [uso da lei com fins políticos] porque compromete o direito de defesa. Não podemos em nome das vantagens desse combate [da Lava Jato], que é reduzir a distorção do gasto público brasileiro destinado à corrupção, comprometer o sistema democrático no Brasil", afirmou.

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Dilma também não poupou críticas ao PMDB, do presidente Michel Temer, que disse ter sido "hegemonizado pela direita mais radical do Brasil", na figura do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A ex-presidente reconheceu como um de seus erros "não ter percebido na dimensão necessária" que a coalizão pela qual foi eleita, com o então vice Temer, estava no fim.

"Um centro que é hegemonizado pela direita deixa a coalizão muito difícil", disse. "O centro democrático do Brasil foi hegemonizado pela direita. O MDB velho de guerra foi hegemonizado pelo Eduardo Cunha. E o Eduardo Cunha não é grave porque ele é corrupto. Ele é grave porque é uma pessoa conservadora em termos econômicos, de civilização e extremamente preconceituosa."

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GILMAR CRITICA CNMP

Mais cedo, no mesmo evento, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, criticou o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) por se preocupar demais com os salários dos procuradores em meio à crise do sistema.

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O ministro disse ainda que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), do qual foi presidente entre 2008 e 2009, quando esteve à frente do Supremo Tribunal Federal, "não está à altura de seu potencial". Segundo ele, a solução para os graves problemas do sistema prisional do país deve ser integrada entre os Poderes e essas organizações.

"Isso precisa ser integrado e este é o grande problema. Isso dá uma certa frustração no Brasil, porque há deficits dos mais variados", disse.

"Nós temos recursos, temos condições, estamos melhores do que ontem em termos institucionais: o CNJ, que tem condições de coordenar as ações no âmbito do Judiciário, o CNMP, que se quiser e não ficar tratando dos vencimentos dos próprios procuradores, pode tratar do tema", afirmou.

"Estou falando isso de maneira proposital porque o MP [Ministério Publico] é muito voltado pra si mesmo", completou. Mendes disse ainda que a questão deve ser tratada no âmbito nacional, e não estadual, como muitos defendem.

"A policia federal é da União. A legislação sobre direito penal, direito processual penal, execução penal é da União. Como dizer que esse é um tema dos Estados? É uma forma falsa de ver a temática", afirmou.

Segundo o presidente do TSE, "o crime é hoje, no mínimo, interestadual". "As organizações criminosas estão sediadas no Rio e São Paulo, e tem filiais em todos os Estados."

Mendes afirmou ainda que o "grave problema no Brasil é que a Justiça não julga". "Muitos reclamam da demora causada pelo foro privilegiado, mas o Brasil consegue fazer prescrever crimes de júri, ou seja, homicídios e tentativas de homicídio, que têm um prazo de 20 anos", disse.

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