LETÍCIA CASADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), deve decidir apenas em abril sobre os 320 pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relacionados à delação da Odebrecht.
A informação foi dada pela assessoria do STF. Fachin, segundo o tribunal, pretende decidir de uma vez só sobre todas as petições, que incluem a abertura de 83 inquéritos para investigar políticos com foro na corte.
Até lá, o material -batizado de "lista de Janot", por conter os nomes dos investigados- permanece em segredo de Justiça.
Além dos 83 pedidos de abertura de inquérito, há 211 de declínio de competência, 19 providências e 7 arquivamentos.
Na lista de Janot estão ministros do governo de Michel Temer, senadores e deputados, além de governadores, ex-governadores e outros políticos e pessoas sem foro no Supremo.
Os 320 pedidos foram feitos com base nas delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. São executivos e ex-executivos, incluindo Emílio e Marcelo Odebrecht, que trataram, em acordo com a Justiça, sobre pagamento de propina e entrega de dinheiro por meio de caixa dois com o objetivo de reduzir as penas nos processos da Lava Jato.
A delação de outro funcionário do grupo, Fernando Migliaccio, não entrou neste pacote de pedidos da PGR, entregue em 14 de março ao STF.
O material foi digitalizado durante dias e só chegou ao gabinete de Fachin na semana passada.
De acordo com a assessoria do Supremo, os trabalhos no gabinete "entrarão pelo mês de abril".
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