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ATUALIZADA - Dilma sabia de caixa dois, afirma Marcelo Odebrecht

LETÍCIA CASADO, CAMILA MATTOSO E BELA MEGALE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O executivo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira e herdeiro do grupo, afirmou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em depoimento no dia 1º de março, que a ex-presidente D

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.03.2017, 21:16:00 Editado em 23.03.2017, 21:20:13
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LETÍCIA CASADO, CAMILA MATTOSO E BELA MEGALE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O executivo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira e herdeiro do grupo, afirmou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em depoimento no dia 1º de março, que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia dos pagamentos de caixa dois à campanha eleitoral de 2014.

Ele ainda afirmou que jamais recebeu pedido "específico" do presidente Michel Temer e apontou os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci como interlocutores dos repasses de caixa dois ao PT.

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Parte do depoimento foi revelada pelo site "O Antagonista".

A reportagem teve acesso ao documento na íntegra.

Segundo Marcelo, parte do caixa dois da campanha em 2014 foi pago por meio do marqueteiro João Santana.

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Foi quando o ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação da chapa, perguntou se ele já havia conversado com Dilma sobre as dívidas com o PT.

"Não. Veja bem, Dilma sabia da dimensão da nossa doação e sabia que nós éramos quem fazia grande parte dos pagamento via caixa dois para o João Santana. Isso ela sabia", respondeu.

"O senhor chegou a conversar com ela?", indagou o relator. "Não cheguei, ela sabia pelo nosso amigo", respondeu, sem citar quem seria o "amigo".

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"A sua impressão está clara. O senhor acha que ela sabia", questionou o ministro do TSE.

"Sim", disse Marcelo.

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"Ela nunca me disse que sabia que era caixa dois, mas é natural, ela sabia que toda aquela dimensão de pagamentos não estava na prestação do partido", ressaltou o executivo.

Marcelo isentou o presiednte Michel Temer da negociação de uma doação de R$ 10 milhões da Odebrecht para o PMDB. "Nunca houve um pedido para mim, específico, do Temer", afirmou.

Segundo ele, no jantar ocorrido no Palácio do Jaburu naquele ano, Temer não tratou de valores. Participaram do encontro, além dele e de Temer, Cláudio Melo Filho, então vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, e o hoje ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

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"Teve um determinado momento, que eu me lembro bem, o Temer saiu da mesa, já no fim do jantar, e aí, eu, Cláudio e Padilha firmamos: 'Oh, tá bom então. Vai ser doado dez, conforme você já acertou com o Cláudio, Padilha; desses dez, seis milhões vou direcionar para a campanha do Paulo, que ele me pediu, e vocês ficam com quatro para direcionar para os candidatos que vocês quiserem'", declarou Marcelo.

"Não me lembro em nenhum momento de o Temer ter falado dos dez milhões, ter solicitado um apoio específico. Obviamente que fica aquela conversa de que: 'Olha, a gente espera a contribuição de vocês; a gente tem aí um grupo que a gente precisa apoiar", ressaltou.

Segundo Marcelo, a empreiteira doou R$ 150 milhões à campanha de Dilma-Temer naquele ano, sendo R$ 50 milhões como contrapartida de uma medida aprovada no Congresso em 2009 de interesse do grupo empresarial.

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OPERAÇÃO DO CAIXA 2

A reportagem também teve acesso ao depoimento de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, prestado no dia 6 de março.

Ele afirmou que operacionalizou a entrega em espécie de R$ 21 milhões de caixa dois para três partidos aliados da chapa Dilma-Temer.

A maioria dos recursos foi entregue em hotéis e flats em São Paulo, segundo ele. Os partidos beneficiados foram, de acordo com o depoimento, PRB, Pros e PC do B. Ao todo, contou o delator, cada um recebeu R$ 7 milhões. Ele menciona ainda mais R$ 4 milhões para o PDT, mas disse que outra pessoa da Odebrecht cuidou desta parte.

Pelo PRB, o interlocutor, relatou o delator, foi o atual ministro de Indústria e Comércio, Marcos Pereira. "Às vezes a pessoa, o partido, ficava num hotel e o recurso ia para o hotel, ou tinha um lugar fixo em São Paulo, um flat, onde as pessoas dos partidos iam lá buscar", afirmou.

Segundo ele, havia uma demanda para a Odebrecht ajudar na "compra de partidos" em uma negociação com o petista Edinho Silva, então tesoureiro da campanha e hoje prefeito de Araraquara (SP).

"Teve uma reunião por volta de junho de 14, nos nossos escritórios, que estava presente o Edinho Silva, Marcelo e eu. Fomos os três. Então, veio uma demanda do então tesoureiro da chapa, Edinho Silva, nos solicitando a comparecer com esses cinco partidos", afirmou o delator.

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