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Hacker ameaçou jogar nome de Temer 'na lama' com divulgação de áudio

SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um áudio usado por um hacker para tentar extorquir dinheiro da primeira-dama, Marcela Temer, em abril do ano passado, jogaria o nome do então vice-presidente, Michel Temer, "na lama", segundo ameaça do criminos

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.02.2017, 18:58:06 Editado em 10.02.2017, 19:00:08
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SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um áudio usado por um hacker para tentar extorquir dinheiro da primeira-dama, Marcela Temer, em abril do ano passado, jogaria o nome do então vice-presidente, Michel Temer, "na lama", segundo ameaça do criminoso.

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O áudio, furtado de um celular de Marcela clonado pelo hacker Silvonei de Jesus Souza, era uma mensagem de voz de WhatsApp enviada originalmente por ela ao irmão, Karlo Augusto Araújo.

Todo o conteúdo de um celular e contas de e-mail de Marcela foram furtados por Souza.

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"Pois bem como achei que esse video [na verdade, áudio] joga o nome de vosso marido [Temer] na lama. Quando você disse q ele tem um marqueteiro q faz a parte baixo nível... pensei em ganhar algum com isso!!!!", escreveu o hacker a Marcela, pedindo-lhe R$ 300 mil para não divulgar o arquivo.

A reportagem apurou que o "marqueteiro" a que o hacker se refere é Arlon Viana, assessor de Temer, citado na conversa entre a primeira-dama e o irmão.

O hacker foi condenado em outubro a 5 anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão e cumpre pena em Tremembé (SP).

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"Tenho uma lista de repórteres que oferecem [R$] 100 mil cada pelo material", continuou o criminoso, em mensagem enviada a Marcela. As mensagens de texto entre o hacker e Marcela constam do processo contra ele, que teve o sigilo levantado recentemente.

"Você acha que isso prejudicaria alguém? Então, você quer dinheiro por causa desse áudio?", respondeu a primeira-dama, acrescentando ser "do bem" e que o áudio era "montagem".

O hacker responde: "Sabe q não é montagem, não tem cortes. É a sua voz se identificando que estudava no Porfírio. Não existe como fazer montagem assim", replicou o criminoso. Escola Estadual General Porfírio da Paz é o nome de onde Marcela estudou na infância, em Paulínia (SP).

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O episódio do hacker foi amplamente noticiado, mas com foco na chantagem para que não fossem divulgadas fotos íntimas e familiares de Marcela, que também estavam no celular clonado.

No processo sobre a extorsão, as fotos são mencionadas por Marcela em depoimento, mas a atenção maior é destinada ao áudio, objeto das ameaças. À polícia, a primeira-dama afirmou que se tratava de um áudio sobre "coisas corriqueiras da cidade [Paulínia]".

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Karlo Augusto, como é conhecido em Paulínia, preparava sua candidatura a vereador pelo PSDC, mas depois do episódio, desistiu.

Nenhum arquivo furtado do celular integra os autos. Segundo a reportagem apurou, o áudio foi ouvido por poucas pessoas ligadas diretamente à investigação e não chegou a dar entrada no Instituto de Criminalística, que realiza as perícias.

O caso foi tratado com muita discrição pelas autoridades paulistas. A pedido de Temer e Marcela, seus nomes foram trocados nos registros por "Tango" e "Mike", respectivamente.

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O irmão da primeira-dama virou "Kilo". O expediente é comum em casos que requerem proteção às vítimas.

Sob o comando do então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça licenciado e indicado por Temer a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Civil paulista criou uma força-tarefa com cinco delegados, 25 investigadores e três peritos para prender o hacker.

FORA DE CONTEXTO

Em resposta a questionamento da reportagem, a assessoria da Presidência disse que a frase reproduzida pelo hacker em que fala sobre jogar "na lama" o nome de Temer está "fora de contexto, misturando assuntos e referências para fins de chantagem e extorsão".

Segundo a assessoria, a primeira dama "não fará comentários sobre esse conteúdo, que já foi usado para fins criminosos e gerou condenação na esfera judicial".

A assessoria diz "que a lei Carolina Dieckmann preserva os direitos de privacidade das pessoas que tenham seu sigilo violado no meio digital".

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