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Marisa Letícia, mulher de Lula, morre aos 66 anos em São Paulo

Primeira-dama do Brasil de 2003 a 2010, Marisa Letícia Lula da Silva morreu nesta sexta-feira (3) em São Paulo, aos 66 anos.Mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês desde o último dia 24 devido a um

Da Redação

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Marisa foi primeira-dama do Brasil de 2003 a 2010. Foto: Reprodução
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Marisa foi primeira-dama do Brasil de 2003 a 2010. Foto: Reprodução
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Publicado em 03.02.2017, 21:04:00 Editado em 04.02.2017, 09:36:11
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Primeira-dama do Brasil de 2003 a 2010, Marisa Letícia Lula da Silva morreu nesta sexta-feira (3) em São Paulo, aos 66 anos.

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Mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês desde o último dia 24 devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O quadro dela já era considerado irreversível desde quarta (1º), mas só apenas uma série de procedimento foi decretada, às 18h57 de sexta, sua morte cerebral.

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Nos últimos dias, Lula e família receberam visitas de solidariedade até de adversários políticos, como o presidente Michel Temer -que decretou luto oficial de três dias- e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A ex-presidente Dilma Rousseff antecipou volta da Europa para visitar o padrinho.

Conforme informou a coluna Mônica Bergamo, Marisa já tinha histórico de pressão alta. Além disso, fumava e não costumava se exercitar no ritmo indicado.

TEMPERAMENTO

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Nascida em São Bernardo do Campo (SP) em 7 de abril de 1950, a ex-primeira dama tinha como marca o temperamento forte. Os amigos mais próximos de Lula diziam que era a "galega", apelido que ganhou pelos cabelos claros e olhos azuis, quem mandava na casa.

Um episódio de 2002 retrata seu estilo. Aconchegou-se ao lado do marido para ouvir o anúncio de que ele havia sido eleito presidente. Assistia à narração da trajetória de Lula quando se irritou e decidiu "interromper" o repórter que lembrava que ele havia perdido a eleição para o governo de São Paulo, em 1982. "Ele ganhou, caramba! Como perdeu? Ele não era ninguém."

Marisa era discreta, mas direta e enérgica quando opinava. Assumia-se uma mulher ciumenta, mas, para todos os efeitos, "relaxou com os anos", já que Lula, brincava, chegava em casa todo o dia "com a camisa de batom".

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Neta de imigrantes italianos, Marisa costumava brincar com os filhos sobre o berço político de Lula, com quem foi casada por quase 43 anos.

"Nem seu pai é de São Bernardo. Eu sou daqui", dizia, aos risos, justificando quem podia reivindicar o posto de operária do ABC.

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Marisa nasceu em uma casa de pau-a-pique, com chão de terra batida, em um sítio de São Bernardo. Assistia à mãe, Regina Rocco Casa, benzedeira da região, receber crianças em casa para tirar o "quebranto" --olho gordo, coisa em que Marisa sempre acreditou.

Aos 13 anos, começou a trabalhar em uma fábrica de chocolates, onde embalava bombons. Precisou da autorização do pai, Antonio, que já havia permitido que ela trabalhasse como babá três anos antes.

Marisa foi também precoce no casamento. Aos 19, uniu-se com o taxista Marcos Cláudio. Sete meses depois, ainda grávida de seu primeiro filho, ficou viúva. O marido fora assassinado a tiros numa tentativa de assalto.

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Em 1973, conheceu Lula, ou "Lu", como o chamava. Foi até o Sindicato dos Metalúrgicos buscar um carimbo para retirar sua pensão e viu o petista deixar cair, de propósito, sua carteira de sindicalizado, para mostrar que era igualmente viúvo.

Amigos da época contam que o petista, inclusive, demorou a liberar a documentação da jovem, que precisou voltar diversas vezes ao sindicato, estranhando o excesso de burocracia. Menos de um ano depois, estavam casados.

Pessoas próximas da família ressaltam o cuidado minucioso dela com os filhos Marcos, do primeiro casamento, Fábio, Sandro e Luís Cláudio, frutos da união com Lula.

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NADA MUDA

Era Marisa quem cuidava das contas e da arrumação da casa. O passatempo favorito eram as plantas.

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Quando se tornou primeira-dama, porém, petistas acreditavam que ela poderia atuar em projetos sociais do governo, já que foi figura importante na fundação do PT.

O empenho era tanto que há uma lenda dentro da sigla de que foi Marisa quem costurou a estrela da primeira bandeira do PT.

Nesse quesito, dizem petistas, a "galega" decepcionou. Ela não se envolveu diretamente com nenhum projeto, como havia prometido, e teve papel bastante apagado, com aparições ao lado de Lula apenas em eventos.

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Não falava publicamente. A repulsa ao público era sabida. Detestava "ficar fugindo de jornalistas" e prometia não mudar "nada" caso Lula fosse eleito. "Não vou ficar tomando chá das cinco com as madames da LBA (Legião Brasileira da Assistência)", disse Marisa à Folha em 1989, quando Lula perdeu para Fernando Collor.

Quem é próximo do casal diz que Marisa realmente não mudou. Continuou discreta, mas desbocada.

Em março do ano passado, o vazamento do áudio de uma conversa entre ela e o filho Fábio trouxe a personalidade da ex-primeira-dama mais uma vez aos holofotes.

Marisa chamava de "coxinhas" os manifestantes que bateram panelas durante fala de Lula na TV e dizia que eles deveriam "enfiar a panela no cu".

A postura de militante também encontrou abrigo na crise do governo de Dilma, com quem Marisa nunca teve boa relação. A ex-primeira-dama costumava dizer que Dilma era responsável pelo desgaste da imagem do PT e reclamou, diversas vezes, que a então presidente não defendia Lula publicamente quando a Lava Jato começou a avançar sobre a família do petista.

Marisa Letícia foi investigada ao lado de Lula na aquisição e reforma de um tríplex, no Guarujá (SP). Ela também é mencionada nas investigações relacionadas à reforma de um sítio, em Atibaia (SP), utilizado pela família. É apontada por pessoas próximas como quem pediu -e comandou- as obras supostamente bancadas por empreiteiras. Era ré junto com Lula em duas ações penais. Com a morte, o processo contra Marisa é extinto.

O velório do corpo deverá ocorrer na manhã deste sábado (4) no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. A previsão é que a cremação ocorra no mesmo dia, no cemitério Jardim da Colina, na mesma cidade.

MARINA DIAS E CATIA SEABRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) -

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