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Militares fazem acordo para comprar novos blindados ao custo de R$ 6,3 bi

FELIPE BÄCHTOLD SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Exército pretende gastar nos próximos anos R$ 6,3 bilhões para atualizar e equipar sua frota de veículos blindados. O governo de Michel Temer fechou em 2016 dois contratos envolvendo os blindados Guarani: um

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.01.2017, 17:13:55 Editado em 14.01.2017, 17:15:11
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FELIPE BÄCHTOLD

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Exército pretende gastar nos próximos anos R$ 6,3 bilhões para atualizar e equipar sua frota de veículos blindados. O governo de Michel Temer fechou em 2016 dois contratos envolvendo os blindados Guarani: um deles com a montadora Iveco e outro com a subsidiária brasileira da fabricante israelense de armamentos Elbit.

O contrato com a Iveco, de R$ 6 bi, prevê a entrega de 1.580 veículos blindados até 2035. Com a empresa Ares, ligada à israelense Elbit, o prazo é mais curto. Serão 215 torres de armamentos para equipar esses veículos, ao custo de R$ 328 milhões, entregues ao longo dos próximos quatro anos.

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O Exército informou que os pagamentos dependerão da disponibilidade de recursos do governo federal para esses projetos e que, no caso das torres, o cronograma ainda não foi definido e será montado "conforme a descentralização de recursos" do governo.

Disse ainda que os compromissos com as contratadas podem ser ajustados ao longo da vigência do acordo.

As duas empresas foram contratadas sem licitação.

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Questionado sobre a contratação de despesas dessa magnitude em um período de acentuada dificuldade financeira do governo federal e de ajuste fiscal, o Ministério da Defesa orientou a reportagem a procurar o próprio Exército.

Os valores que serão gastos com os blindados correspondem a mais do que um ano de despesas da Câmara dos Deputados, por exemplo.

O Orçamento do Exército para 2017 foi estimado em R$ 40,8 bilhões - a maior parte para o pagamento de pessoal. Os investimentos para este ano (despesas com aquisição de equipamentos, obras ou instalações), segundo o projeto de lei orçamentária, seriam de R$ 1,8 bi.

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Reclamações de militares sobre a escassez de recursos se tornaram frequentes nos últimos anos. O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse no ano passado que os cortes do governo federal poderiam provocar "perda de tecnologia" e problemas materiais.

Em mensagem em dezembro, o comandante disse prever para 2017 "o agravamento das dificuldades que assolam o país, com reflexo negativo no nosso orçamento e nos nossos salários".

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Os militares, porém, ficaram de fora da proposta de Temer para a reforma da Previdência, uma das principais bandeiras do governo para este ano.

METRALHADORAS

As torres que serão compradas para equipar os blindados são compostas por metralhadoras automatizadas.

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A Ares informa em seu site que a torre funciona como uma "estação de armas" que pode ter operação remota, de dentro do veículo, ou manual. Os tiros são intermitentes ou em rajada.

Procurada, a Ares não respondeu perguntas encaminhadas pela reportagem.

O Exército mantém uma parceria com a empresa desde 2006 para desenvolvimento do projeto por meio de seu centro tecnológico.

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A corporação informou que o pacote contratado inclui não são só os equipamentos, mas também a manutenção dos conjuntos, ferramentas e treinamento.

Também afirmou, em nota, que a Ares é uma empresa com sede no Brasil e com capital humano nacional.

Os blindados Guarani começaram a ser usados pelo Exército há três anos, em substituição aos modelos Urutu e Cascavel, adotados pelos militares brasileiros desde os anos 1970.

O principal modelo do Guarani tem tração em seis rodas, sete metros de comprimento e capacidade para transportar até 11 pessoas.

Foi desenvolvido com a Iveco em uma unidade em Minas. A empresa integra o grupo Fiat.

Nesta década, o principal investimento envolvendo a Defesa foi a compra de 36 caças Gripen da empresa sueca Saab para a FAB (Força Aérea Brasileira), formalizada entre 2013 e 2014. O valor anunciado à época era de US$ 5,4 bilhões (R$ 17,4 bi em valores atuais).

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