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Fazenda foi comprada com dinheiro desviado em Ribeirão, diz Promotoria

MARCELO TOLEDO RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A fazenda pertencente a uma advogada presa na última sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) foi comprada com dinheiro desviado da prefeitura pelo grupo criminoso comandado pela prefeita D

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.12.2016, 12:29:42 Editado em 06.12.2016, 09:36:20
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MARCELO TOLEDO

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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A fazenda pertencente a uma advogada presa na última sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) foi comprada com dinheiro desviado da prefeitura pelo grupo criminoso comandado pela prefeita Dárcy Vera (PSD) e seria usada como fonte para pagamentos futuros de propina.

A afirmação é do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista, que deflagrou na última semana, junto com a PF (Polícia Federal), a segunda fase da operação Sevandija, intitulada Mamãe Noel. A operação apura fraudes em contratos da prefeitura que somam R$ 203 milhões. Dárcy está presa na superintendência da PF em São Paulo, sob a suspeita de receber propina do esquema.

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A propriedade rural, chamada São Luiz do Inhacundá, fica em Cajuru, cidade distante 60 quilômetros de Ribeirão, e apresenta maquinários e implementos agrícolas novos.

Embora esteja no nome da advogada Maria Zuely Alves Librandi, presa na operação, a suspeita da operação é que o local tenha sido comprado pelo grupo criminoso e que poderia ter como objetivo a lavagem de dinheiro, o que será investigado. Além de Dárcy e Maria Zuely, foram presos Sandro Rovani, ex-advogado do Sindicato dos Servidores, e Marco Antonio dos Santos, ex-secretário (Administração).

O local abriga até equipamentos semelhantes aos de academias ao ar livre instaladas pelo poder público em Ribeirão. Membros da operação vão investigar se houve desvio.

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As prisões ocorreram devido às irregularidades apontadas nos pagamentos de R$ 45 milhões em honorários advocatícios a Maria Zuely -decorrentes de um acordo judicial envolvendo R$ 800 milhões a serem pagos a servidores por perdas decorrentes do Plano Collor. Para o Gaeco, esses honorários são ilegais e oriundos de fraude.

De acordo com a Promotoria, os valores mensais dos honorários pagos à advogada eram em grande parte dirigidos à manutenção e melhorias da fazenda. A propriedade e o maquinário poderão ser usados para eventual ressarcimento aos cofres públicos, se comprovadas as irregularidades.

A fazenda custou ao menos R$ 2,185 milhões, segundo documentos bancários constantes na denúncia enviada à Justiça.

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As prisões dos quatro ocorreram uma semana após a morte do empresário Marcelo Plastino, dono da empresa Atmosphera, envolvida nas investigações.

Documentos foram apreendidos no apartamento do empresário, em zona nobre de Ribeirão. De acordo com o Gaeco e a PF, no entanto, os pedidos de prisões foram protocolados antes da morte de Plastino.

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As prisões foram resultados de processos distintos. O mandado de prisão de Dárcy foi expedido pelo TJ (Tribunal de Justiça), enquanto o que levou os outros três à prisão é oriundo da Justiça local.

A advogada de Dárcy, Maria Cláudia Seixas, afirmou que a prefeita é dona somente do imóvel em que mora, uma casa no bairro Ribeirânia. Disse ainda que ela provará sua inocência.

VAZIO DE PODER

A prisão de Dárcy pode fazer com que as semanas restantes de seu mandato sejam concluídas pela vereadora Gláucia Berenice (PSDB). Ela se tornou presidente da Câmara após a Justiça suspender os mandatos de nove parlamentares na operação e de Viviane Alexandre (PSC), que tinha herdado o posto, deixar a função.

Como o vice de Dárcy, Marinho Sampaio (PMDB), não quer assumir o cargo e admite até renunciar -um dos receios dele, segundo aliados, é se ver obrigado a assinar balancetes financeiros da prefeita presa-, a possibilidade de a vereadora assumir existe.

Marinho já disse que não assumirá nos próximos 14 dias, seguindo a lei orgânica e entendimento de seus advogados. Com isso, se Dárcy não conseguir sair da prisão e reassumir o cargo, Gláucia pode ser prefeita por duas semanas.

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