"Na reta final, há a estratégia dos inconformados", diz Crivella em comício

ITALO NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O senador Marcelo Crivella (PRB) afirmou que acusações como a de Elizabete Gomes de Souza, viúva do pedreiro Amarildo de Souza, faz parte da "estratégia dos inconformados".

Ela registrou queixa por constrangimento contra a campanha do senador.

"Na reta final, há a estratégia dos inconformados. Vão surgir todo tipo de acusações. Essas coisas são próprias da política, sobretudo na época de crise", afirmou o candidato.

Crivella disse não ter "noção de quais acusações" a viúva de Amarildo fez na polícia.

Segundo Elizabete, cerca de 12 homens que se identificaram como sendo da campanha de Crivella foram a sua casa, no alto da favela da Rocinha, zona sul, às 23h da última terça-feira (25).

O objetivo seria o de gravar uma fala dela para a campanha, com declarações contra o rival, o deputado Marcelo Freixo (PSOL).

Em seu depoimento, prestado nesta quinta-feira (27), na 11ª DP, em São Conrado, ela afirma que os homens deram R$ 190 para ela comprar drogas antes da gravação.

Elizabete, que é dependente de drogas e álcool, teria deixado os homens em casa e teria comprado e usado cocaína.

A campanha de Crivella negou as acusações. Em nota, confirmou que esteve na casa de Elizabete, mas a pedido da própria viúva.

A campanha nega que tenha dopado a viúva ou que tenha dado-lhe dinheiro para comprar drogas.

Crivella participou de comício na Cinelândia, em que fez um discurso com teor religioso em alguns trechos.

"Esse é o nosso compromisso, solene e sagrado, que assumimos diante de Deus e do povo que juramos agora servir e amar", afirmou, sobre a promessa de acabar com as filas para cirurgia.

"Nós encontramos na humildade cristã a força para enfrentar e derrotar as maquinações do ódio", disse, sobre as denúncias contra ele publicadas na imprensa nos últimos dias.

Na plateia havia alguns travestis e homossexuais. Crivella celebrou a presença como uma forma de prova de tolerância à diferença. Um deles carregava uma bandeira colorida, com tons distintos do arco-íris comumente usado pelos movimentos LGBT.