DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas disse em nota nesta terça-feira (25) que, por "precaução", solicitou ao Senado que a Polícia Legislativa fizesse uma varredura "em seus endereços" para encontrar grampos ilegais.
Dantas decidiu justificar o pedido um dia após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), padrinho político do ministro, divulgar lista com nomes de autoridades que pediram varreduras em seus gabinetes ou residências. No caso do ministro do TCU, o pedido foi feito por Renan em 20 de maio deste ano.
De acordo com a nota divulgada nesta manhã pela assessoria do tribunal, a solicitação foi feita à diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, "com a finalidade de identificar eventuais escutas ilegais ou clandestinas".
Apesar de o documento distribuído ontem pela assessoria de Renan mencionar o cumprimento de varredura apenas no gabinete de Bruno Dantas, a nota do TCU diz que o ministro solicitou que as vistorias fossem feitas "em seus endereços".
"Tratou-se de precaução adotada em razão da natureza sigilosa de diversas informações manuseadas nos processos de competência do TCU", justifica o comunicado.
Dantas informa ainda que a solicitação foi dirigida ao Senado porque o TCU integra o Legislativo e não dispões de equipes de segurança "hábeis a realizar a diligência".
O ministro diz também que já havia feito solicitação semelhante ao então presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Joaquim Barbosa, quando integrou colegiado, entre 2011 e 2013.
Na mesma linha de Renan Calheiros, Bruno Dantas criticou o "Estado policial" no país.
"No caso específico da varredura solicitada, causa perplexidade que a notícia seja a precaução adotada e não o 'polizeistaat' que se está a fomentar no Brasil, sujeitando autoridades ao risco de grampos e escutas ilegais que podem comprometer o sigilo de processos em tramitação e antecipar decisões que somente deveriam ser conhecidas por ocasião do julgamento", diz a nota de Dantas.
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