Gráfica diz que 'confusão' ligou campanha de Freixo a sindicato

ITALO NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A gráfica EDG se responsabilizou pelo que classifica como "confusão" que gerou a suspeita na Justiça eleitoral de financiamento ilegal da campanha de Marcelo Freixo (PSOL) pelo SintUFF (Sindicato dos Trabalhadores da UFF).

Em nota, a empresa afirma que errou ao colocar nas ordens de serviço para produção do material de Freixo o nome do sindicato como contratante do serviço. Os documentos foram apreendidos na quarta-feira (19) em operação do Tribunal Regional Eleitoral.

O SintUFF negou também em nota ter bancado material para a campanha do PSOL. A entidade colocou seu sigilo fiscal e bancário à disposição da Justiça.

Segundo a EDG, o "erro material" ocorreu porque a encomenda foi feita através de um e-mail funcional do SintUFF. A empresa divulgou nota fiscal em nome de Luciana Borba Machado, que seria a responsável por pagar R$ 1.000 pela produção de 5.000 panfletos.

O TRE apreendeu na ação 600 mil adesivos e 35 mil panfletos da campanha. A maior parte, porém, foi apreendida num comitê de Freixo, na Lapa.

Segundo o sindicato, Luciana não é funcionária do sindicato. Ela pediu a uma amiga, funcionária da entidade, para fazer a diagramação do panfleto. Essa pessoa -cujo nome não foi divulgado- enviou o e-mail à gráfica solicitando que o recibo seja feito em nome de Luciana. A mensagem diz que o material "não é doação", mas sim "independente".

"Colocamos as informações porque o material vai ser distribuído nesse período. Mas não entra no orçamento da campanha", diz o texto.

O juiz responsável pela fiscalização eleitoral, Marcelo Rubiolli, afirmou haver indício de doação irregular, caixa dois e abuso de poder econômico. Caberá ao Ministério Público Eleitoral analisar se pede ou não a cassação do registro de candidatura.

A nota do sindicato não explica porque o local de entrega de parte do material seria feito na Pró-Reitoria de Graduação da UFF, como consta num recibo encontrado no local.

A campanha de Freixo afirmou em nota que não sabia da produção do material, que seria de responsabilidade do contratante.