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Deputado Luiz Sérgio recebeu propina para abafar CPI, diz novo delator

ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Novo delator da Operação Lava Jato, o engenheiro e lobista Zwi Skornicki acusou o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) de ter recebido propina para evitar a sua convocação na CPI da Petrobras. O parlamen

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.10.2016, 17:11:26 Editado em 14.10.2016, 17:15:09
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Novo delator da Operação Lava Jato, o engenheiro e lobista Zwi Skornicki acusou o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) de ter recebido propina para evitar a sua convocação na CPI da Petrobras.

O parlamentar petista foi o relator da última comissão instaurada no Congresso para investigar o esquema de corrupção na Petrobras. No relatório final, em outubro do ano passado, propôs o indiciamento de apenas um político, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

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Skornicki, que era representante do estaleiro Keppel Fels no Brasil, não foi convocado para depor.

O atual delator foi preso na Lava Jato quatro meses depois, em fevereiro. Ele é apontado como um operador do pagamento de propinas na Petrobras, e irá devolver cerca de R$ 75 milhões à Justiça -dinheiro que estava em contas no exterior.

Na decisão que homologou sua delação, na quinta-feira passada (6), Skornicki diz que "pagou parte da propina ajustada com João Vaccari Neto em nome do PT para o deputado Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira".

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"Este mesmo parlamentar teria intercedido para a não convocação do colaborador à CPI da Petrobras", informa a decisão, emitida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do deputado. A defesa de João Vaccari Neto nega que o ex-tesoureiro tenha pedido ou intermediado o pagamento de propinas ou caixa dois ao partido.

TERMOS DO ACORDO

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A homologação, feita na semana passada, é o último passo para o reconhecimento do acordo. A informação está em ofício enviado pelo Ministério Público Federal ao juiz Sergio Moro, nesta quinta (13).

O acordo prevê que Skornicki pague uma multa de US$ 23,8 milhões, equivalente a R$ 75 milhões -valores mantidos em offshores de sua titularidade na Suíça e Estados Unidos. O dinheiro será revertido à Petrobras (e 10% dele, a órgãos federais de investigação).

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Além disso, o delator terá que entregar à Justiça quase 50 obras de arte apreendidas em sua casa, de artistas como Romero Britto, Salvador Dalí e Vik Muniz. A Polícia Federal suspeita que os quadros tenham sido usados para lavagem de dinheiro.

Skornicki ficou pouco menos de seis meses preso em Curitiba. Ele irá cumprir outros seis meses em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica -até fevereiro de 2017. Depois, progride para o regime aberto domiciliar por mais um ano.

O lobista revelou em sua delação, entre outros temas, conforme já mostrou a Folha de S.Paulo, que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque abandonou R$ 39 milhões em propina numa conta da Suíça -valores que serão devolvidos à Justiça-, e que pagou US$ 4,5 milhões em caixa dois ao marqueteiro João Santana, responsável pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2010.

O conteúdo integral da delação de Zwi continua sob sigilo.

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