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ATUALIZADA - PF indicia Lula e vê atuação de petista para favorecer Odebrecht

BELA MEGALE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal indiciou sob suspeita de corrupção o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de beneficiar um parente, Taiguara Rodrigues, em contratos com a empreiteira Odebrecht. Rodrigues, sobrinho da

Da Redação

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Publicado em 05.10.2016, 15:49:52 Editado em 05.10.2016, 22:27:21
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal indiciou sob suspeita de corrupção o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de beneficiar um parente, Taiguara Rodrigues, em contratos com a empreiteira Odebrecht. Rodrigues, sobrinho da primeira mulher de Lula, e Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro da construtora, foram indiciados sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação, o ex-presidente teria beneficiado o empresário, que trata como sobrinho, por meio da Odebrecht em contratos em Angola. Lula também teria recebido recursos ilícitos ao atuar na liberação de recursos junto ao BNDES a favor de obras do grupo baiano em Angola. Ao todo, a empreiteira recebeu cerca de US$ 1,5 bilhão do banco estatal para investir no país.

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Enviado na terça (4) para análise do MPF (Ministério Público Federal), o relatório final assinado pela delegada Fernanda Costa Oliveira, que esteve à frente das investigações, diz que a Exergia Brasil, empresa de Rodrigues, foi subcontratada pela Odebrecht para prestar serviços no país africano sem nunca ter estrutura ou funcionários para executá-los.

Na avaliação dos investigadores, a função da Exergia era apenas a de receber propina, sendo que parte dela teria sido remetida a Lula. De 2009 a 2015 a empresa recebeu R$ 20,6 milhões da Odebrecht, sua única cliente, por meio de 17 contratos.

Trocas de mensagens entre Rodrigues e Valmir Moraes, um dos seguranças de Lula, indicam que o empresário falava com frequência com o petista sobre sua atuação em Angola, inclusive quando o "tio" ainda era presidente.

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De acordo com as mensagens Lula e Rodrigues ficaram no hotel Epic Sana, onde se reuniram. Um pouco antes de se encontrarem em Luanda, Rodrigues enviou mensagem ao celular do segurança pedindo para que ligasse para ele.

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O relatório também traz conversas de 2015 do empresário com José Emanuel Ramos, seu sócio em algumas empresas, como a G74, que nunca teve atividade profissional e servia para lavar dinheiro da Exergia, segundo a PF. Nelas, Rodrigues diz que teve uma reunião muito boa com o presidente da Odebrecht.

No dia seguinte, Ramos diz a ele que visitou todos os diretores da empreiteira baiana. Em ambos os casos, não há clareza se as conversas aconteceram no Brasil ou no exterior.

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Posteriormente, Rodrigues disse que pediu que o presidente da Odebrecht em Angola, Antônio Daiha Blando, enviasse projetos para ele decidir com "um tio", que seria Lula. O empresário afirma que Daiha poderia criar um contrato fictício para obras da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. A reforma da usina recebeu US$ 400 milhões do BNDES. Só nesse contrato, a empresa de Rodrigues faturou R$ 3,5 milhões.

Em um documento de 2008 apreendido com o empresário, ele relata que teve uma conversa de 50 minutos com Lula, que tinha lhe dado "carta branca".

Cerca de 20 dias depois, há o registro de troca de mensagens entre Rodrigues e Hélder João Beijo, ex-funcionário do Tribunal de Contas em Angola, em que ele diz que iria para Brasília tratar da constituição da Exergia. Menos de seis meses depois a empresa foi aberta aberta.

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Em outra conversa, Rodrigues diz ao interlocutor de Angola que foi informado que o pecuarista José Carlos Bumlai o procurou a pedido do "chefe maior", para tocar juntos projetos em no país africano.

PARTICIPAÇÃO

Para a PF, Lula houve a participação direta para que Rodrigues abrisse a empresa.

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O relatório é a conclusão da Operação Janus, deflagrada em maio e que teve Taiguara como dos alvos.

Em depoimento à PF, o empresário afirmou que recebeu os R$ 20,6 milhões para intermediar contatos para a Odebrecht em Angola via sua empresa. Ele também conformou que o único cliente que a sua empresa teve foi a empreiteira baiana.

Uma secretária da Exergia ouvida pela PF aumentou a suspeita de que a empresa só existiu no papel. Ela afirmou, em depoimento, que pagava apenas despesas pessoais de Rodrigues, e que estas eram muito altas.

OUTRO LADO

"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos, teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma irregularidade. Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde 1º de janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República", diz a defesa do ex-presidente.

Os advogados do petistas dizem que vão analisar o documento da Polícia Federal, "vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso da defesa, porque essa prática deixa claro que não são processos sérios de investigação, e sim uma campanha de massacre midiático para produzir manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país".

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