MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Devastada por uma operação da PF (Polícia Federal) e do Ministério Público, que fez com que um contrato sob suspeita de ser fraudulento fosse cancelado, a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) alega não ter mais funcionários suficientes e reduziu a partir desta segunda-feira (3) o atendimento ao público.
Após a deflagração da operação Sevandija -que significa "parasita"-, em 1º de setembro, a prefeitura se viu obrigada a romper contrato com uma empresa terceirizada que tinha 586 funcionários distribuídos na administração. Com isso, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) alega não ter estrutura para atender os moradores e decidiu reduzir os horários de atendimento.
A suspeita da operação é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a empresa Atmosphera, por meio de licitações fraudulentas, para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses funcionários eram indicados por aliados da prefeita, sobretudo vereadores. Além de perder os quase 600 terceirizados, o governo Dárcy viu três secretários serem presos na operação -um, da Educação, foi solto.
A partir desta segunda, sofreram alterações no funcionamento as secretarias da Fazenda e do Meio Ambiente, Procon, Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) e administrações regionais.
Na Fazenda, o atendimento passou a ser das 10h às 16h (uma hora a menos), enquanto no Meio Ambiente, das 10h às 12h e das 13h30 às 15h30, redução de cinco horas diárias.
Já o Procon só atenderá novos processos das 13h às 14h e o Daerp, atenderá queixas via telefone das 7h às 19h -antes, funcionava das 7h às 22h.
As mudanças, segundo disse por meio de sua assessoria o secretário do Governo, Marcus Berzoti, são necessárias para adequar o atendimento "e tentar minimizar ao máximo o impacto".
BUSCA
A redução ocorre, ainda, três dias após nova busca e apreensão num prédio do governo municipal.
Na última sexta-feira (30), o Gaeco, do Ministério Público paulista, e a PF cumpriram mandado de busca e apreensão na Secretaria da Educação de Ribeirão Preto.
De acordo com a Promotoria, documentos relevantes estariam guardados no local por um dos réus da Sevandija, numa sala que ficou fechada desde a deflagração da operação, em 1º de setembro. A suspeita foi levantada durante investigação da PF.
O pedido de busca foi feito à 4ª Vara Criminal, que expediu o mandado. O conteúdo apreendido deve ser analisado nas próximas semanas.
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