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'Aposta kamikaze' de Alckmin, Doria funciona e fortalece governador para 2018

DANIELA LIMA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A vitória acachapante de João Doria (PSDB) no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo amplia a projeção do governador Geraldo Alckmin como líder nacional do PSDB e acirra a disputa tácita que ele tr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.10.2016, 23:38:33 Editado em 02.10.2016, 23:40:08
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DANIELA LIMA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A vitória acachapante de João Doria (PSDB) no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo amplia a projeção do governador Geraldo Alckmin como líder nacional do PSDB e acirra a disputa tácita que ele trava internamente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo posto de presidenciável tucano nas eleições de 2018.

Alckmin bancou a candidatura de Doria a contragosto de praticamente toda a cúpula nacional do PSDB. O governador deu suporte ao seu afilhado político quando os principais caciques da sigla -Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aloysio Nunes e o próprio Aécio- torceram o nariz para ele.

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A tática, classificada como "kamikaze" pelos colegas de partido, deu certo e, agora, o governador colhe o reconhecimento. "Foi uma vitória muito expressiva e o Alckmin teve uma parte preponderante nisso, pelo menos como 'plataforma de lançamento' do Doria", diz o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Aliados de Aécio Neves também reconhecem a projeção que Doria dará a Alckmin, mas minimizam o impacto dessa vitória sobre o quadro de 2018. "O PSDB como um todo saiu muito forte dessas eleições", avalia o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos principais interlocutores de Aécio.

"A vitória do João Doria foi fantástica, mas é um erro que se comete muito frequentemente achar que a eleição municipal é uma prévia do que será a presidencial. A história mostra isso", ele diz.

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Ocorre que o próprio Doria, durante a campanha, vinculou abertamente sua vitória à projeção de Alckmin para a Presidência.

O governador desconversa, mas tem deixado evidente seu apetite pelas próximas eleições nacionais. "Eleição tem um componente de escolha e um componente de oportunidade", disse Alckmin à reportagem em conversa na última sexta-feira (30), antevéspera da vitória de Doria.

Ele pregou uma reforma política que reduza o número de partidos do cenário nacional e delegou a missão ao presidente Michel Temer.

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"Hoje temos 35 partidos. Essa fragmentação é uma das causas da ingovernabilidade", afirmou.

Alckmin defendeu ainda que o sistema de prévias, que foi adotado na disputa paulistana, seja uma regra na vida partidária. "Quanto mais você abre, menos você erra. Se o candidato não passar pela prévia, acabou. Essa disputa, em si, já é um teste da sua capacidade de agregar."

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A tese faz sentido, principalmente agora que Alckmin terá duas das máquinas estatais mais poderosas do país à sua disposição: o governo do Estado e a capital paulista.

Isso sem contar as chances que tem de ver aliados conquistarem, no segundo turno, cidades importantes da região metropolitana, como São Bernardo do Campo.

Enquanto isso, Aécio tem o mandato de senador e busca recobrar o controle majoritário em Minas Gerais -seu candidato em Belo Horizonte, João Leite (PSDB), passou para o segundo turno.

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SERRA

O sucesso de Doria em São Paulo também desestabiliza um terceiro elemento no tabuleiro tucano, o ministro José Serra (Relações Exteriores).

Amigo do rival de Doria nas prévias, Serra se afastou da campanha paulistana e chegou a avalizar a aliança que resultou em uma candidatura rival, de Marta Suplicy (PMDB) e o vice Andrea Matarazzo (PSD).

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"O governador já era um candidato em potencial, um nome consagrado no partido", diz o deputado Silvio Torres (PSDB-SP), aliado de Alckmin.

"Na verdade, a vitória do João o obriga agora a ter um protagonismo maior. Mas o rumo não muda, a prioridade é terminar bem o governo, superar a crise."

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Ele aposta que o próprio Doria fará gestos para aproximar Serra de seu grupo. "Ele é agregador", diz Torres sobre o prefeito eleito.

Por enquanto, a ordem no PSDB é esperar a poeira baixar até que o cenário "fique mais claro". Os tucanos não falam abertamente, mas aguardam não só o desempenho do governo Michel Temer, como também o desenrolar da Operação Lava Jato.

Há menções em delações a Aécio e também a pagamentos de propina por obras do Metrô em São Paulo. Cenário que tornou "cautela" uma palavra de ordem na legenda.

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"Claro que Alckmin sai fortalecido. O PSDB inteiro sai mais forte no Estado. Isso é um trunfo para uma candidatura paulista, mas todos sabem que o importante é chegar vivo e bem em 2018", resume Aloysio Nunes.

RAIO-X

Nome Completo

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João Agripino da Costa Doria Junior

Nascimento

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16.dez.1957 (58 anos), em São Paulo (SP)

Ocupação

Empresário

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Estado Civil

Casado

Formação

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Comunicação Social - Faap (Fundação Armando Álvares Penteado (1980)

Partido

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PSDB

Vice

Bruno Covas (PSDB)

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Patrimônio Declarado Ao TSE

R$ 179,8 milhões

NA CAMPANHA COM DÓRIA

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