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Vereadores contratam propaganda de boca de urna em Osasco

JOANA CUNHA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A lei eleitoral determina que fazer propaganda de boca de urna no dia da eleição é crime. Mas nem as mudanças que estabeleceram teto de gastos às candidaturas a prefeito, pela primeira neste ano, foram capazes de c

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.10.2016, 20:19:25 Editado em 02.10.2016, 20:20:05
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JOANA CUNHA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A lei eleitoral determina que fazer propaganda de boca de urna no dia da eleição é crime. Mas nem as mudanças que estabeleceram teto de gastos às candidaturas a prefeito, pela primeira neste ano, foram capazes de calar a boca de urna na periferia.

Dezenas de homens e mulheres do bairro Munhoz Junior, norte de Osasco, foram às ruas neste domingo (2) distribuir panfletos e abordar eleitores dando motivos para que votassem nos candidatos que os contrataram.

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Por R$ 80 mais um lanche, que pode ser um sanduíche e café ou uma ajuda de R$ 10 a R$ 20, os "boqueiros" cantavam jingles, gritavam os números dos candidatos e arremessavam santinhos para o alto, como se fossem confetes no Carnaval.

A reportagem percorreu cinco comitês de vereadores em Osasco neste sábado (1) pedindo para trabalhar como boca de urna e conseguiu a vaga com vereadores do PDT, partido do prefeito Jorge Lapas, que tenta a reeleição.

Pouco depois de aberta a votação, na manhã deste domingo (2), um representante da campanha distribuiu aos boqueiros um bloco de cerca de 10 cm de altura de santinhos amarrados com elásticos. "Vai para lá distribuir esses. Só não fica perto da polícia. Quando acabar, vem aqui buscar mais", disse ele.

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A reportagem não entregou os panfletos nem pediu votos. Não havia fiscalização sobre o trabalho, que seria remunerado apenas no final do dia, depois que a Folha já havia deixado o local.

A polícia não se mobilizou para evitar que os "boqueiros" divulgassem os nomes de seus candidatos. Ao ser questionado por uma eleitora no portão da escola Verdão, um policial orientou que ela fizesse uma denúncia no 190.

Ela se queixava do assédio dos entregadores de papéis, que atrapalhavam a passagem dos eleitores na esquina mais próxima à entrada da escola, e as camadas de panfletos acumuladas no chão a fizeram escorregar.

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"Já votou? Já tem candidato?", eram as primeiras perguntas feitas na abordagem.

"Vote nesse vereador porque ele está prometendo muita coisa boa para mim", justificava uma "boqueira".

"Vote nesse vereador porque ele mora aqui no bairro e não vai esquecer da gente. Ele já fez três creches aqui", explicava um outro.

Como era grande a concorrência entre os entregadores de papéis, havia quem pedisse para que levassem um bocado para casa. "Leva para os vizinhos lá do seu quintal", pedia uma adolescente, em referência às moradias coletivas do bairro.

Para Rafael Alcadipani, professor de estudos organizacionais da FGV-SP, a boca de urna resiste em regiões periféricas pelo mesmo motivo que eleva as estatísticas de outras contravenções.

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