SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A senadora Marta Suplicy (PMDB), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, se comprometeu nesta quinta-feira (28) a não aumentar taxas em uma eventual gestão sua na cidade e disse ter se arrependido de ter criado o imposto do lixo em 2003 quando era prefeita.
"Sim, me arrependo, acho que a cidade naquele momento não tinha condição de ter aquela taxa", afirmou em resposta a pergunta feita na sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT sobre sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo.
Quando criou a Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares, a então prefeita ganhou o apelido de "Martaxa". Na mesma entrevista, a senadora se posicionou contra o qualquer aumento de imposto em nível nacional.
Por outro lado, a pré-candidata admitiu que o governo federal terá que realizar cortes em áreas importantes como educação e saúde, atribuindo a necessidade disso à gestão da presidente afastada, Dilma Rousseff.
"O governo tem que tomar medidas complicadíssimas e, se eu tiver que votar nessa matéria, eu votarei sim", disse. "Para a gente conseguir sair da situação a que Dilma nos levou, vamos ter que tomar decisões difíceis", acrescentou.
A senadora também fez inúmeras críticas à presidente afastada e ao atual prefeito, Fernando Haddad, ambos do PT, partido que Marta deixou no ano passado. A ex-prefeita falou da oposição que fez à escolha do PT de lançar a candidatura de Dilma para um segundo mandato. "Presidente, isso é um erro crasso. Estou fora", teria dito à Lula.
Perguntada, respondeu qual seria, na sua avaliação, o maior erro político do petista: "Escolher a Dilma e escolher o Haddad". A pré-candidata pelo PMDB foi preterida pelo PT para disputar a Prefeitura de São Paulo quando Haddad se elegeu.
Na sabatina, ela negou ser esse o motivo de sua desfiliação no ano passado. "Se não, eu teria saído em 2012", argumentou. Perguntada da possibilidade de ser associada ao antigo partido na época em que ele está em baixa, ela demonstrou não se preocupar: "Para o bem e para o mal, eu sou a Marta e os eleitores me conhecem".
A senadora também foi questionada sobre a coerência de deixar o PT pelo PMDB, sigla que também conta com um rol de políticos citados nas investigações da Operação Lava Jato.
"O PT teve três tesoureiros presos e decepcionou muitos os seus eleitores", respondeu, referindo-se a João Vaccari Neto, Delúbio Soares e Paulo Ferreira. "O PMDB tem gente investigada, mas não tem um esquema organizado como no PT", continuou.
A senadora defendeu ainda que todos os grandes partidos terão pessoas citadas em investigações. "Não tem nenhum grande partido, estruturado que não tenha gente investigada, a Lava Jato veio para ficar."
'OLHAR SOCIAL'
Psicóloga renomada antes de disputar cargos eletivos, Marta usa a expressão "olhar social" para falar das suas propostas para a cidade.
Na educação, pretende promover "resgate dos meninos" das periferias que são incentivados a ir para a criminalidade. Prometeu "revolucionar a educação em São Paulo para a criança" e qualificar o professor.
Na questão do crack, disse ter planos para afastar as moradias oferecidas aos dependentes recém desintoxicados do centro, onde se comercializa a droga. Mas disse não pretender manter o programa Braços Abertos, da gestão Haddad.
Sobre os moradores de rua, afirmou vê-los "como gente"e falou em planos para oferecer moradias, trabalho, refeições, roupa lavada e banho para animais de estimação.
MODA
Fã de moda e sempre arrumada, Marta defendeu o apoio de incentivos do governo à área, mesmo que a atividade se saia bem sem apoio do governo. "Moda é importante, importante, é uma cadeia de produção gigantesca" afirmou. "A cadeia toda está em Minas", queixou-se. Ao tratar do assunto, citou Alexandre Herchcovitch e Sandro Barros, dois expoentes da área.
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