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À frente da Câmara, Temer já foi crítico quanto a enxurrada de MPs

EDGAR SILVA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente interino, Michel Temer, sabe o que é sofrer com o excesso de envio de medidas provisórias ao Congresso. Como presidente da Câmara entre 1997 e 2001 teve de usar toda sua experiência política para conto

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.07.2016, 11:16:17 Editado em 23.07.2016, 11:20:09
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EDGAR SILVA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente interino, Michel Temer, sabe o que é sofrer com o excesso de envio de medidas provisórias ao Congresso. Como presidente da Câmara entre 1997 e 2001 teve de usar toda sua experiência política para contornar a enxurrada de MPs enviadas pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta quinta-feira (21) revelou que, mesmo interino, Michel Temer (PMDB) é o presidente da República que mais editou medidas provisórias no início de uma gestão desde Fernando Collor (1990). À época, o assunto mobilizou Câmara e Senado, já que tanto a demanda quanto a exigência de aprovação eram altas. No final de 1997, Temer disse que conversaria com FHC sobre o volume de MPs ao Congresso. ‘Estive com o presidente e pedi para que ele incluísse no texto da convocação extraordinária do Congresso, em janeiro e fevereiro [de 1998], o projeto de regulamentação das MPs. O que vem ocorrendo é um abuso de autoridade do Executivo‘, afirmou o então presidente da Câmara.

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Naquela ocasião, segundo a reportagem apurou, Fernando Henrique mandou originalmente 103 MPs ao Congresso, uma média de quase três por mês, e reeditou estas e outras MPs 1.645 vezes. Apenas 26 MPs foram apreciadas, votadas e aprovadas pela Câmara e pelo Senado.

Outro que também mobilizou parlamentares a respeito de medidas provisórias foi o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). No final de 1999 o envio de MPs ao Congresso não tinha diminuído. Diante dos pedidos do ex-presidente, ACM criticou a conduta. ‘O vício do cachimbo põe a boca torta. Os governantes, de 88 [ano da promulgação da Constituição, que criou o instrumento da MP] para cá, acham que dá para legislar por medida provisória. Aí, eu discordo do presidente Fernando Henrique‘.

Apesar da regulamentação feita em setembro de 2001, segundo a qual as MPs não votadas pelo Congresso em até 45 dias passaram a obter prioridade de votação no plenário, barrando a análise de todos os outros projetos, Michel Temer voltou a ter problemas com os pedidos de medidas provisórias durante seu segundo mandato na presidência na Câmara.

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Em março de 2009, ele declarou que as MPs não deveriam trancar pauta. Pressionado pela baixa produtividade da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) resolveu adotar nova interpretação da Constituição e anunciou no dia 17 de março que medidas provisórias não teriam prioridade de voto sobre outras propostas.

"O Legislativo não pode legislar. Enquanto houver medida provisória trancando a pauta, o Legislativo que se cale, silencie e preste obediência a este Poder extraordinário, enaltecido, que é o Poder Executivo... Se não encontrarmos uma solução, no caso, interpretativa do texto constitucional que nos permita o destrancamento da pauta, vamos passar, senhoras e senhores deputados, praticamente este ano sem conseguir levar adiante as propostas que tramitam por esta casa que não sejam as medidas provisórias."

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