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Fraude em ferrovias usava "contratos dissimulados", diz procurador

RAFAEL MESQUITA GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás veem semelhanças entre o suposto esquema de fraude, cartel e propina na construção de ferrovias no país, investigado na Operação "O Recebedor", deflagrad

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.02.2016, 15:10:16 Editado em 27.04.2020, 19:52:40
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RAFAEL MESQUITA
GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás veem semelhanças entre o suposto esquema de fraude, cartel e propina na construção de ferrovias no país, investigado na Operação "O Recebedor", deflagrada nesta sexta-feira (26), o que vem sendo detectado no petrolão.
"O esquema é, sem dúvida, semelhante ao investigado na Lava Jato, com pagamento de propina utilizando contratos dissimulados para ocultar a fraude", afirmou o procurador Helio Telho Corrêa Filho em Goiânia.
A operação cumpre sete mandados de condução coercitiva (quando uma pessoa é levada para depor, mas liberada no mesmo dia) e outros 44 de busca e apreensão em seis Estados (PR, MA, RJ, MG, SP e GO), além do DF.
Só em Goiás, a PF apurou mais de R$ 630 milhões desviados na construção da ferrovia Norte-Sul. A investigação foca ainda o pagamento de propina na integração Leste-Oeste. Há indícios de prática de cartel e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a Camargo Corrêa pagou R$ 800 mil em propina ao ex-presidente da empresa federal Valec Engenharia José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha. A Valec é uma estatal do governo federal responsável pela construção de ferrovias no país.
Juquinha, sua mulher e o filho foram levados para prestar depoimento e já foram liberados.
De acordo com o delegado da PF responsável pelo caso, Ramon Menezes, o esquema foi descoberto através de acordo de leniência e delação premiada da empreiteira Camargo Corrêa durante a Lava Jato.
Menezes afirma que Juquinha utilizava três empresas para receber o dinheiro de propina: Elccom Engenharia, Heli Dourado Advogados Associados e Evolução Tecnologia e Planejamento -todas de Goiânia.
A Camargo Corrêa, diz a investigação, firmava contrato com elas para a prestação de serviços que não eram realizados. O suposto esquema, ainda segundo os investigadores, durou de 2006 a 2012 e servia para beneficiar a empreiteira escolhida para realizar as obras das ferrovias Norte-Sul e Integração Oeste-Leste.
Os suspeitos devem responder por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
ELEIÇÕES 2014
Segundo o procurador Corrêa Filho, documentos apreendidos nesta sexta podem comprovar doações para campanhas eleitorais no ano passado. "Esta operação pode levar a desdobramentos que comprovam doações [ilegais] para campanhas de 2014", disse ele durante entrevista coletiva em Goiânia.
Questionado por jornalistas, ele não disse quais campanhas era essas, nem se eram estaduais ou referente à disputa presidencial.
PAGADOR E RECEBEDOR
A operação recebeu o nome de O Recebedor em referência à defesa apresentada por Neves na operação intitulada Trem pagador, realizada em 2012.
Na ocasião, ex-presidente da Valec chegou a ser preso e seus advogados alegaram que, "se o trem era pagador, o alvo não era o recebedor".
As investigações da Trem Pagador começaram quando a Procuradoria da República em Goiás fazia levantamento para pedir à Justiça a indisponibilidade de bens de Neves, investigado por inflar preços da obra da ferrovia Norte-Sul.
O trabalho da Procuradoria mostrou que um vasto patrimônio, avaliado em R$ 60 milhões, estava em nome do ex-dirigente, parentes e laranjas.

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