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À PF, empresário diz não se lembrar de acerto de caixa dois para Mercadante

AGUIRRE TALENTO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário João Santana, presidente da Constran, afirmou à Polícia Federal que esteve presente na reunião mas "não se recorda" de acerto para doação via caixa dois entre o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o min

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.02.2016, 19:57:52 Editado em 27.04.2020, 19:52:41
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AGUIRRE TALENTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário João Santana, presidente da Constran, afirmou à Polícia Federal que esteve presente na reunião mas "não se recorda" de acerto para doação via caixa dois entre o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, então candidato ao governo de São Paulo pelo PT, em 2010.
O depoimento foi prestado em 21 de janeiro deste ano no inquérito que investiga Mercadante no STF (Supremo Tribunal Federal), aberto com base em delação premiada de Pessoa.
Também em um novo depoimento à Polícia Federal, Pessoa mudou os valores que havia informado inicialmente, em sua delação premiada, como sendo suas doações a Mercadante. Agora, disse que doou R$ 500 mil oficialmente e outros R$ 250 mil em caixa dois, em espécie (antes ele havia afirmado que foram R$ 250 mil oficialmente e R$ 250 mil de caixa dois).
Segundo Pessoa, as doações foram acertadas em uma reunião na casa de Mercadante em São Paulo sob a presença de João Santana, cuja empresa Constran faz parte do grupo da UTC, e do coordenador da campanha do petista, Emidio Pereira de Souza.
Santana confirmou ter participado da reunião, mas disse não se lembrar do acerto do caixa dois. "Tendo em vista que Ricardo Pessoa era quem decidia acerca de doações eleitorais, o declarante não participou ativamente desse diálogo. Por este motivo, não se recorda de detalhes do acerto de como se daria o pagamento da doação de campanha", afirmou à Polícia Federal.
E completou: "Não se recorda, ainda, se ficou estabelecido que metade do valor seria disponibilizada por meio de doação oficial e a outra metade em espécie".
O presidente da Constran disse que Ricardo Pessoa concentrava todos as tratativas de doações e que nunca teve conhecimento que a UTC mantinha um caixa paralelo para fazer essas colaborações.
Também ouvido pela Polícia Federal, o ex-diretor da UTC Walmir Pinheiro diz que fez a operação financeira para gerar o dinheiro a ser repassado à campanha de Mercadante, mas que não participou da entrega.
"O declarante não fez o pagamento diretamente ao candidato, e não se recorda de quem o tenha feito, tendo quase certeza de que entregou o respectivo valor a Ricardo Pessoa, que providenciou a entrega".
OUTRO LADO
Mercadante tem negado o recebimento de doações via caixa dois e afirma que todas as doações foram devidamente registradas na Justiça Eleitoral.
Na Justiça Eleitoral, estão registradas doações de R$ 500 mil do grupo UTC à campanha de Mercadante em 2010. Os outros R$ 250 mil não aparecem -que Pessoa diz ter doado via vai caixa dois e o petista nega recebimento.
Procurada, a defesa de Mercadante afirmou que os depoimentos são "absolutamente contraditórios". "Não têm informação alguma, até porque o referido fato [doação em caixa dois] nunca aconteceu. Fica claro que há criação visando obter a delação premiada", disse o advogado Pierpaolo Bottini.

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