GRACILIANO ROCHA, ENVIADO ESPECIAL
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Focada em pagamentos no exterior ao marqueteiro João Santana, a fase Acarajé da Lava Jato trouxe complicações adicionais às defesas de Marcelo Odebrecht e de executivos do conglomerado, presos desde o ano passado.
No centro da acusação contra eles estão documentos bancários enviados pela Suíça que apontam a existência de uma rede de pagamentos de propinas por meio de empresas em paraísos fiscais.
Duas destas empresas, a Klienfeld e a Constructora Del Sur, funcionaram como escala para o dinheiro que abasteceu contas secretas de altos dirigentes da Petrobras na Suíça e em Mônaco. Até agora os investigadores tinham indicações, mas nada que ligasse a Odebrecht diretamente a essas offshores.
A Polícia Federal achou em uma conta de e-mail usada por Fernando Migliaccio, outro executivo da empresa, planilha relacionando pagamento da Klienfeld a João Santana assim como comprovantes de transferências desta offshore e da Del Sur.
Segundo a PF, estes documentos bancários foram escaneados em um escritório da Odebrecht e circularam por e-mail corporativo do grupo antes de cair no e-mail de Migliaccio.
Procurada, Odebrecht não quis se pronunciar por não conhecer os termos dos inquéritos que originaram a operação.
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.02.2016, 08:50:07 Editado em 27.04.2020, 19:52:46
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