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Painel discute modelos de negócios dos jornais

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Embora as assinaturas digitais dos jornais estejam crescendo, as receitas publicitárias não acompanham essa tendência. Isso cria desafios para os veículos, que foram discutidos pelos participantes da primeira mesa de debate do

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.02.2016, 13:22:34 Editado em 27.04.2020, 19:52:52
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Embora as assinaturas digitais dos jornais estejam crescendo, as receitas publicitárias não acompanham essa tendência. Isso cria desafios para os veículos, que foram discutidos pelos participantes da primeira mesa de debate do Encontro Folha de Jornalismo, seminário que celebra os 95 anos do jornal.
O painel, realizado nesta quinta (18) no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, contou com Vera Brandimarte, diretora de redação do "Valor Econômico", Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, e Leão Serva, colunista da Folha. A mediação foi do editor-executivo da Folha de S.Paulo, Sérgio Dávila.
Segundo Vera Brandimarte, do "Valor Econômico", as assinatura do jornal impresso caíram 7%, em 2015, enquanto a digital cresceu 35%. Neste ano, segundo suas projeções, a assinatura digital deve superar a do impresso. O número de usuários da versão digital do jornal saltou de 1,4 milhão para 2,3 milhões no ano passado.
"Mesmo assim, a receita publicitária é de chorar", disse Brandimarte. Segundo ela, o crescimento publicitário foi de 0,2% no ano passado e as receitas do digital ainda não representam 5% do total.
Essa situação está levando importantes veículos em todo o mundo a mudar de mãos, passando para grupos de investidores ou, no pior dos casos, fechando as portas.
Para o jornalista Leão Serva, colunista da Folha, essa crise reflete a resistência dos grandes veículos em romper padrões. "Não se faz revolução com a cultura do passado", disse. Para ele, assistimos a um novo ciclo econômico e a sociedade se relaciona de uma forma diferente com o jornalismo hoje. "A publicidade só reflete o fim do modelo de jornalismo de massa."
Serva considera que a publicidade para os jornais morreu com a tecnologia, que agora permite alcançar o leitor diretamente nas plataformas digitais (mídias sociais, por exemplo). Para ele, o caminho está em experiências como a do "The Washington Post", adquirido pelo dono da Amazon, Jeff Bezos, e o BuzzFeed.
Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, considerou que essa ameaça compromete o futuro da democracia. Para ele, os jornais têm o papel de manter o debate permanente do sistema de poder. "Ela é indispensável para que a democracia funcione e se aperfeiçoe. O poder é sistêmico e a imprensa é vital, porque está fora do sistema", disse.

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