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Jornalistas relatam pressões contra a imprensa crítica

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No segundo debate do Encontro Folha de Jornalismo, na manhã desta quinta (18) no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, jornalistas latino-americanos relataram a pressão de governos resistentes à imprensa crítica. Com

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.02.2016, 13:22:42 Editado em 27.04.2020, 19:52:52
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No segundo debate do Encontro Folha de Jornalismo, na manhã desta quinta (18) no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, jornalistas latino-americanos relataram a pressão de governos resistentes à imprensa crítica.
Como adiantou na apresentação o mediador Clóvis Rossi, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, o quadro se agravou com os "governos messiânicos" que se instalaram na região.
Tendo como tema "Quando a Imprensa É Vista Como Oposição", a mesa foi aberta com relatos do venezuelano Eugenio Martinez, considerado o maior especialista em cobertura eleitoral em seu país, e do argentino Hugo Alconada Mon, especialista do jornal "La Nación" em investigações de corrupção.
Alconada Mon lembrou que o governo Kirchner chegou perto de acusá-lo com base na lei antiterror do país, por uma série de reportagens sobre a rede hoteleira da família. E que a radicalização no país tornou leitores governistas e oposicionistas cegos tanto no apoio quanto na recusa das informações, "sem ler".
Afirmou porém que não é papel do jornalismo ser oposição e lembrou que a corrupção é da própria humanidade, não da Argentina.
Questionado sobre como agir diante do novo governo Macri, antes oposição, defendeu "esperar para ver". Destacou que o novo presidente tentou nomear dois ministros da Suprema Corte, passando por cima do Congresso, e que "começou a retroceder" na promessa de estabelecer uma lei de delação premiada no país.
Eugenio Martinez apresentou um quadro mais grave, na Venezuela chavista.
Até 2005, o preço do petróleo e a popularidade de Hugo Chávez enfraqueceram os partidos de oposição, e a tarefa acabou sendo assumida pela imprensa. Depois de 2005, os partidos voltaram, mas os veículos acabaram comprados ou inviabilizados pelo governo. "O único jornalismo aceito não é jornalismo, é relações públicas", afirmou.
Por fim, o brasileiro Lúcio Flávio Pinto, criador do "Jornal Pessoal", que desde 1987 cobre a região amazônica a partir de Belém (PA), detalhou o enfrentamento com a política paraense e da Amazônia, que resultaram em processos judiciais e até agressão física.
Também falou de suas diferenças com a grande imprensa, que diz ter trocado por seu próprio jornal para poder "dar o nome dos mandantes", nos crimes do Pará e outros.
O Encontro Folha de Jornalismo ocorre nesta quinta (18) e sexta (19). Oito mesas, quatro a cada dia, abordam temas como: a importância crescente do jornalismo profissional, a lei que regulamenta o direto de resposta, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a relação entre imprensa e governo na Argentina e na Venezuela.
O ciclo de debates celebra os 95 anos da Folha, maior jornal do país em circulação e audiência, que serão completados na sexta (19).

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