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Parlamentares do PT devem escolher novos líderes no Senado e na Câmara

MARIANA HAUBERT, DÉBORA ÁLVARES E MARINA DIAS BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os parlamentares do PT retomam os trabalhos no Congresso, na próxima semana, com a incumbência de escolher um novo líder tanto no Senado quanto na Câmara. Por motivos distintos, o

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.01.2016, 17:20:36 Editado em 27.04.2020, 19:53:24
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MARIANA HAUBERT, DÉBORA ÁLVARES E MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os parlamentares do PT retomam os trabalhos no Congresso, na próxima semana, com a incumbência de escolher um novo líder tanto no Senado quanto na Câmara. Por motivos distintos, o senador Humberto Costa (PE) e o deputado Sibá Machado (AC) devem deixar os postos já nos primeiros dias de fevereiro.
Há três anos no cargo, Costa quer se dedicar neste ano às eleições municipais para reconstruir o PT em Pernambuco. Desde as últimas eleições, o partido perdeu representatividade no Estado. O próprio senador acabou sendo derrotado quando concorreu à prefeitura do Recife em 2012. Dos 13 prefeitos eleitos pelo partido em 2012, quatro deixaram a sigla ao longo dos anos. Além disso, o senador diz ter se cansado da liderança.
Em dezembro, ele conversou com os outros 12 senadores da bancada para anunciar a sua decisão. Apesar de não poder influenciar diretamente na escolha do novo líder, o Palácio do Planalto considera preocupante a saída do pernambucano. Isso porque uma troca no comando do principal partido da base do governo da presidente Dilma Rousseff neste momento pode acabar trazendo problemas em um momento em que ela precisa angariar apoio no Congresso.
O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Costa, no fim do ano passado, que ele permanecesse no cargo por mais um período porque avalia que este não é o momento do senador sair do posto.
Um dos nomes cotados para substituir Costa é o do senador Lindbergh Farias (RJ), ferrenho crítico da política econômica do governo Dilma. Ex-ministra da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) também está na disputa. Já o atual vice-líder do partido e líder interino durante o recesso parlamentar, Paulo Rocha (PA), corre por fora para conquistar a titularidade do cargo.
A negociação em torno dos nomes de Lindbergh e Gleisi, no entanto, envolve também a indicação que o partido fará para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, um dos colegiados mais importantes do Congresso.
O PT terá que indicar no início do ano alguém para substituir o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro, em uma das etapas da Operação Lava Jato por suspeita de ter atuado para prejudicar as investigações. Ele estava à frente da CAE desde o início de 2015.
Lindbergh, porém, não é visto com bons olhos pelo governo para assumir a comissão por ser um contumaz crítico da política econômica implantada pelo Planalto e por ter falado contra medidas do ajuste fiscal que tramitaram no Congresso no ano passado.
O senador chegou a protagonizar uma discussão com o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante uma audiência pública na CAE. O imbróglio acabou sendo resolvido somente após a intervenção de Delcídio. Por isso, Gleisi é tida como um perfil melhor para assumir a comissão. Alguns senadores petistas acreditam que como líder da bancada Lindbergh terá que se conter em suas críticas e se enquadrar como chefe da sigla.
Gleisi pode ser convencida a aceitar o cargo na CAE. No ano passado, ela disputou a presidência da comissão com Delcídio mas foi derrotada após o senador levar a decisão para escrutínio do próprio colegiado. Sem apoio suficiente, Gleisi acabou retirando a sua candidatura.
A indicação de Lindbergh para a liderança tem apoio de parte dos petistas que acreditam que ele pode aproximar a bancada do PT mas é vista com desconfiança pelo Planalto, que teme um arrefecimento de suas posições contrárias ao governo e uma possível contaminação da bancada.
A bancada do PT no Senado se reúne na próxima terça-feira (2) e, se não houver disputa interna, a decisão já poderá ser tomada.
CÂMARA
Já a bancada do PT na Câmara vai definir na próxima semana o nome que substituirá o deputado Sibá Machado (AC) à frente da liderança do partido na Casa. Até agora, o nome com mais força para assumir o cargo é o do deputado Afonso Florence (BA).
As discussões internas no partido estão focadas em substituir Sibá, considerado inclusive por aliados como pouco atuante e de perfil político fraco, por um deputado mais ativo na defesa do mandato de Dilma Rousseff. A expectativa do Palácio do Planalto e dos petistas é a de que o ano Legislativo, com início em 2 de fevereiro, comece com a volta da discussão do impeachment da presidente.
Além de Florence, disputam o cargo de líder do PT na Câmara os deputados Paulo Pimenta (RS) e Reginaldo Lopes (MG), todos da Mensagem ao Partido, segunda maior corrente interna do PT e detentora da vez para o posto. A ideia é que haja uma definição de nome por consenso na próxima segunda-feira (1º) para ser apresentada na reunião da bancada petista, marcada para quarta-feira (3).
Segundo a reportagem apurou, integrantes do PT ponderam que Pimenta presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara em 2015 e foi um dos vice-líderes do governo na Casa e que agora a vez deveria ser de Florence. O deputado baiano é, inclusive, o preferido pelo Planalto, por ser ligado ao ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e ter se notabilizado por sua atuação à frente da CPI da Petrobras.
O nome do deputado do Rio Grande do Sul é defendido por aliados do ex-presidente Lula. Com perfil mais explosivo que Florence, acreditam eles, poderia ter uma atuação mais expressiva que a do atual líder, Sibá, principalmente em relação ao impeachment.

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