Mulher de lobista detida na Operação Zelotes volta para presídio

BELA MEGALE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em prisão domiciliar há quase três meses, Cristina Marcondes, detida na Operação Zelotes, foi levada nesta segunda (18) de sua casa em São Paulo para a superintendência da Polícia Federal, na capital paulista. Ele será transferia para Brasília dentro de 24 horas.
Cristina é esposa e sócia do lobista Mauro Marcondes na Marcondes & Mautoni, uma das empresas que atuou na aprovação de uma medida provisória que concedeu benefícios fiscais ao setor automotivo.
O casal também é investigado por pagar R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que é alvo de investigação.
No fim de outubro, a Justiça autorizou a ida de Cristina para casa devido a uma cirurgia de retirada de veias na perna. A decisão, no entanto, foi revogada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, que determinou na sexta (15) a volta de Cristina ao regime fechado.
O advogado Roberto Podval acredita que essa é mais uma medida para pressionar o casal a fazer um acordo de delação premiada. Ele afirmou que na semana passada o delegado Marlon Cajado, um dos responsáveis pelas investigações, foi até o presídio da Papuda, em Brasília, onde está Marcondes, para pressioná-lo a fazer o acordo.
Após episódio o encontro que um dos procuradores teria com o lobista na terça (19) foi cancelado pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
"Com essa prisão vemos uma falta de humanidade na operação. Primeiramente prendem um senhor de 80 anos e depois a esposa dele, que volta para o presídio em uma cadeira de rodas", critica Podval.