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Aliados agem e sessão sobre cassação de Cunha é adiada

RANIER BRAGON, GUSTAVO URIBE, MARINA DIAS E VALDO CRUZ BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu protelar mais uma vez o trâmite de seu processo de cassação e, depois de quase seis horas de discussão, a sessão

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.12.2015, 21:19:26 Editado em 27.04.2020, 19:54:37
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RANIER BRAGON, GUSTAVO URIBE, MARINA DIAS E VALDO CRUZ
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu protelar mais uma vez o trâmite de seu processo de cassação e, depois de quase seis horas de discussão, a sessão no Conselho de Ética da Casa foi encerrada. Ela será retomada nesta quarta (2).
Nesta terça (1º), Cunha contou com a ajuda do Planalto e de integrantes do PT que falaram abertamente em salvar o mandato do peemedebista em troca do congelamento dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff.
Zé Geraldo (PA), um dos três petistas no Conselho de Ética da Câmara, afirmou que o governo está sob "chantagem" e cobrou uma ação do Supremo Tribunal Federal no sentido de afastar Cunha do cargo. "Estamos votando não com a faca, mas com a metralhadora no pescoço, todo mundo sabe que o Cunha trabalha com essa arma. A metralhadora está na mão do Cunha", disse o petista. Para ele, o voto não é pela salvação de Cunha, mas pela "salvação do país".
Prolongada por manobra de aliados de Cunha que se valeram de argumentos protelatórios, a sessão do Conselho acabou tendo de ser encerrada quando começou a votação no plenário do Congresso, como manda o regimento. Os deputados acabaram não votando o parecer preliminar de Fausto Pinato (PRB-SP), que é favorável à continuidade do processo contra Cunha.
Dos 21 integrantes titulares do Conselho, seis se manifestaram contra Cunha e apenas um a seu favor --o deputado Wellington Roberto (PR-PB), que apresentou um voto em separado propondo apenas uma censura.
"Não precisa expressar tanto rancor para se condenar um colega. (...) o que falta aqui é mais humanidade e irmandade", disse, o que lembrou frase de 2009 do então deputado Edmar Moreira (MG), para quem é difícil cassar colegas devido ao "vício insanável da amizade".
Com o aval de Dilma, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) foi um dos líderes da articulação pró-Cunha entre os petistas. Com Zé Geraldo convencido, o governo trabalhava para fazer o mesmo com Valmir Prascidelli (PT-SP) e Leo de Britto (PT-AC). O governador do Acre, Tião Viana (PT), precisou entrar no circuito para conversar com Britto, o mais resistente.
Apesar dessa articulação, a direção do PT e metade da bancada de deputados deu sinais públicos em sentido contrário. Rui Falcão, presidente da sigla, defendeu em rede social a continuidade do processo contra Cunha. Mais de 30 deputados petistas, de uma bancada de 60, assinaram manifesto pregando o voto anti-Cunha e dizendo que o peemedebista pratica "toda a sorte de chantagens".
Até a noite de segunda (30), ainda havia aliados de Dilma defendendo que o governo assumisse o risco da abertura de um processo de impeachment, entre eles Falcão. A ideia é a de que o governo não fique refém de Cunha. Dilma, porém, não pagou pra ver.
Com o apoio dos integrantes do PT no Conselho, a tendência é que o relatório de Pinato seja derrotado e o caso de Cunha arquivado sob o argumento de falta de indícios mínimos de participação em irregularidades.
Na sessão do Conselho, a oposição -até recentemente aliada a Cunha em prol do impeachment- acusou o PT e o presidente da Câmara de patrocinarem uma negociata.
Na sessão, o advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, disse que a denúncia contra seu cliente é fruto de "delação torturada". O presidente da Câmara é investigado por acusação de envolvimento no petrolão.

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