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Erupção inédita de luminosidade no espaço intriga astrônomos

A estrutura espacial chamada Nebulosa do Caranguejo impressionou os astrônomos ao emitir uma quantidade inédita de raios gama, uma forma de energia extremamente luminosa. A Nebulosa do Caranguejo consiste em detritos de uma estrela supernova que foi

Da Redação

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 Erupção inédita de luminosidade  no espaço intriga astrônomos
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Erupção inédita de luminosidade no espaço intriga astrônomos
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2011, 09:55:00 Editado em 27.04.2020, 20:47:31
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A estrutura espacial chamada Nebulosa do Caranguejo impressionou os astrônomos ao emitir uma quantidade inédita de raios gama, uma forma de energia extremamente luminosa.
A Nebulosa do Caranguejo consiste em detritos de uma estrela supernova que foi destruída em uma explosão.

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O que motivou a erupção sem precedentes de raios gama, ocorrida em meados de abril, é um grande mistério para os cientistas.

Aparentemente, ela vem de uma pequena área da nebulosa, há tempos considerada uma fonte constante de luz. A novidade é que o telescópio Fermi, que observa a nebulosa, detectou uma atividade luminosa ainda mais intensa na estrutura.

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A emissão de raios gama durou cerca de seis dias, alcançando níveis 30 vezes maiores que o normal e, em alguns momentos, com variações a cada hora.

Telescópio

O fenômeno foi descrito em um simpósio de especialistas que termina nesta quinta-feira (11) em Roma, na Itália.

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Há fontes de luz em abundância no céu, mas o telescópio Fermi é programado para medir apenas a mais energética delas: os raios gama.

Eles emanam dos ambientes mais extremos do Universo e são decorrentes dos processos mais violentos, como a explosão de uma supernova.

A Nebulosa do Caranguejo é composta principalmente de detritos de uma supernova destruída no ano 1054.

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No coração da nuvem colorida e brilhante de gás é possível observar um pulsar - uma estrela que emite ondas de rádio em impulsos repetidos regularmente. Mas, até o momento, nenhum dos componentes já conhecidos da nebulosa é capaz de explicar a luminosidade observada pelo Fermi, diz Roger Blandford, diretor de um instituto de astrofísica e cosmologia nos Estados Unidos.

- Tem de haver outra fonte para esses raios gama altamente energéticos. São necessários cerca de seis anos para a luz cruzar a nebulosa, então essas erupções, [ocorridas] em horas, têm de ser produzidas em uma região bem compacta em comparação com o tamanho da nebulosa.

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Desde seu lançamento, há quase três anos, o Fermi já identificou três dessas erupções. As duas primeiras foram relatadas no início deste ano na reunião da Sociedade Astronômica Americana.

Essas erupções liberam raios gama com energia de mais de 100 milhões de elétron-volts - ou seja, cada pacote de luz, ou fóton, carrega dezenas de milhões de vezes mais de energia do que a luz que vemos.

Mas a erupção mais recente da Nebulosa do Caranguejo é mais de cinco vezes mais intensa do que qualquer outra emanação de luz já observada.

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"Quebra-cabeças"

O entendimento do fenômeno deve levar algum tempo, opina o pesquisador Rolf Buehler.

- É incomum que algo coloque toda a sua energia em raios gama. Estamos diante de um grande quebra-cabeças e provavelmente precisaremos de alguns anos para entendê-lo.

A principal suspeita até agora é de que, em uma região próxima ao pulsar, intensos campos magnéticos vão em direções opostas, reorganizando-se repentinamente e acelerando partículas a uma velocidade próxima à da luz.

À medida que eles se movem em caminhos curvados, as partículas emitiriam os raios gama observados no Fermi.

A cientista Julie McEnery, participante do projeto do Fermi, diz que a descoberta é uma demonstração do poder do telescópio para elucidar a física do cosmos.

- Com o Fermi, temos a oportunidade de captar [o fenômeno] nesse estado extraordinário de luminosidade. É a vantagem de ter um instrumento que olha todo o céu todo o tempo - você capta o inesperado.

O telescópio, parceria da Nasa, agência espacial americana, com alguns países europeus e asiáticos, foi lançado em 2008. Seu nome é uma homenagem a Enrico Fermi, físico ítalo-americano que trabalhou no desenvolvimento do primeiro reator nuclear e que recebeu o prêmio Nobel de Física em 1938 por sua pesquisa sobre a radiatividade.

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