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ATUALIZADA - Violência faz escolas de samba criarem 'matinês'

SÉRGIO RANGEL RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O samba vai acabar mais cedo. Pelo menos na Portela e na Unidos da Tijuca. As duas escolas decidiram antecipar o horário das disputas dos sambas-enredo para o próximo Carnaval por causa da violência no Rio.

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.08.2017, 20:45:10 Editado em 24.08.2017, 07:40:11
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SÉRGIO RANGEL

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O samba vai acabar mais cedo. Pelo menos na Portela e na Unidos da Tijuca. As duas escolas decidiram antecipar o horário das disputas dos sambas-enredo para o próximo Carnaval por causa da violência no Rio.

Atual campeã, a Portela trocou até o dia. Antes, a disputa começava nas noites de sexta por volta das 23h e só terminava no dia seguinte. No domingo (20), a primeira eliminatória foi realizada num horário de "matinê". A festa começou às 17h e terminou pouco depois das 23h.

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"Quando cheguei em casa cedo, minha mulher nem acreditou. Mas a coisa está feia nas ruas. A própria ala dos compositores pediu a mudança e achei bastante razoável", justifica Luis Carlos Magalhães, presidente da Portela.

O Rio sofre com a escalada da violência. No subúrbio, reduto das escolas de samba, as ruas ficam vazias mais cedo. O número de mortes violentas no Estado no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009.

"Num período de menos de um ano, muita coisa mudou aqui. A troca de horário é reflexo da violência, diz o presidente da Portela, que é funcionário público e sofre com a crise financeira do Estado.

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A Unidos da Tijuca adiantou também o início da escolha do samba. Na quinta (24), a escola do Morro do Borel faz o seu "happy hour" a partir das 18h. Acaba às 23h.

"Antes, ficávamos até 3h, mas a situação mudou. As pessoas estão com receio de voltar pra casa tão tarde. Por isso, fizemos esse horário alternativo", explica Fernando Horta, presidente da escola.

Para atrair mais público, o dirigente decidiu também não cobrar ingresso. "A crise econômica está muito forte no Rio. Estamos tentando ajudar os competidores de todo jeito", acrescentou Horta.

Em novembro, com os sambas definidos, as escolas começam os ensaios, que viram a noite nas quadras. Algumas estudam mudar o horário. "Na minha adolescência, o bacana era chegar na escola e contar que tinha visto o sol raiar na Mangueira durante o ensaio. Acho difícil isso acontecer este ano. Infelizmente, não sou nada otimista. Mas vamos ver o que acontece até lá", diz o presidente da Portela.

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