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ATUALIZADA - Corpo achado em baía de Copenhague é de jornalista sueca, afirma a polícia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0) - A polícia dinamarquesa confirmou na manhã desta quarta-feira (22) que o torso encontrado na baía de Copenhague é de Kim Wall, jornalista sueca desaparecida no dia 10 de agosto após visitar o submarino do inventor dinamarquês

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.08.2017, 15:55:09 Editado em 24.08.2017, 07:40:12
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0) - A polícia dinamarquesa confirmou na manhã desta quarta-feira (22) que o torso encontrado na baía de Copenhague é de Kim Wall, jornalista sueca desaparecida no dia 10 de agosto após visitar o submarino do inventor dinamarquês Peter Madsen, de 46 anos.

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Pelo Twitter, a polícia disse que um teste de DNA confirmou a suspeita. O torso, sem cabeça, braços ou pernas, havia sido encontrado na segunda (21) à beira d'água por um ciclista.

O caso tem mobilizado a opinião pública na Dinamarca e na Suécia.

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Madsen inicialmente havia dito à polícia que Wall tinha desembarcado do submarino antes do naufrágio. Horas antes do torso ser encontrado, ele mudou sua versão inicial e disse que a jornalista morreu em um acidente a bordo e que ele havia "enterrado seu corpo no mar".

Wall estava escrevendo um perfil do inventor dinamarquês, por isso foi convidada por Madsen a dar um passeio no submarino. Ambos partiram da ilha de Refshale, próxima à Copenhague, por volta das 19h do dia 10 de agosto, uma quinta-feira.

O submarino parou de responder a chamados no rádio e a Marinha dinamarquesa lançou uma operação para localizá-lo, pedindo a barcos privados com equipamentos de sonar que também ajudassem na busca.

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O submarino naufragou algumas horas mais tarde.

Kristian Isbak, que respondeu ao chamado de auxílio da Marinha, disse ter visto Madsen na torre do submarino enquanto ele ainda navegava normalmente.

"Ele desceu para dentro do submarino e houve algum tipo de fluxo de ar subindo e eu vi que o submarino começou a afundar", disse Isbak. "Madsen voltou à torre e ficou lá até que a água começou a chegar até ele".

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O inventor então nadou até um barco próximo enquanto o submarino afundava, contou a testemunha.

Naquela ocasião, Madsen afirmou às autoridades que estava sozinho no momento do naufrágio e que havia deixado a jornalista em terra firme após cerca de três horas e meia de passeio.

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O inventor disse a emissoras locais de TV que houve um "pequeno problema que depois se tornou crítico" com o tanque de lastro, um compartimento que armazena água para dar estabilidade à embarcação.

"Eu estou bem, mas triste pelo naufrágio do Nautilus", disse. As emissoras mostraram imagens de Madsen fazendo sinal de positivo com os polegares após seu resgate.

Questionado pelas autoridades sobre por que o submarino não havia respondido a contatos de rádio feitos antes do acidente, Madsen afirmou que tinha enfrentado "problemas técnicos".

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Na madrugada de sexta-feira (11), o namorado de Wall informou às autoridades que ela não havia retornado e que não tinha notícias dela desde o dia anterior.

Madsen foi detido pela polícia na noite do mesmo dia sob suspeita de homicídio.

A polícia começou a procurar por testemunhas que pudessem ter visto a jornalista após seu embarque no submarino. A essa altura, não se sabia se o corpo de Wall estaria dentro do submarino, uma vez que mergulhadores ainda não havia conseguido acessar a embarcação.

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No sábado (12), a justiça dinamarquesa determinou que Madsen deveria ficar detido por 24 dias enquanto a polícia investigava o caso.

Mergulhadores conseguiram entrar no submarino naufragado no domingo (13); o corpo de Wall não foi encontrado. Investigadores afirmaram que não havia indícios de que Madsen teria afundado o submarino intencionalmente.

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No dia 21 de agosto, mais de dez dias após o naufrágio, Madsen voltou atrás em suas declarações iniciais às autoridades e afirmou que Kim Wall havia morrido em um acidente a bordo do Nautilus e que ele havia "enterrado seu corpo no mar".

Horas após suas declarações, o torso foi encontrado preso a um pesado objeto de metal, "provavelmente para que ele afundasse", afirmou um investigador. Marcas indicam que alguém tentou pressionar o torso, na tentativa de retirar o ar para que o corpo não flutuasse, segundo a polícia.

O teste de DNA também confirmou que o sangue encontrado durante buscas no submarino pertencia à jornalista.

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Investigadores agora acreditam que Madsen pode ter deliberadamente afundado o submarino.

Kim Wall era uma jornalista independente baseada entre Nova York e Pequim, segundo seu perfil no Linkedin. Ela escreveu para veículos como New York Times, The Guardian, Vice e South China Morning Post.

A família contou que, como jornalista, ela já havia trabalhado em vários lugares perigosos. "É inimaginável que algo possa ter acontecido a apenas algumas milhas da casa onde ela passou sua infância", afirmou à família em um e-mail à agência "Associated Press".

Já Madsen é uma figura conhecida na Dinamarca. Ele desenvolveu o UC3 Nautilus, que conseguiu construir após uma campanha de crowdfunding em 2008.

Depois da empreitada com o submarino, ele embarcou em um projeto ainda mais ambicioso -a exploração espacial. Ele hoje dirige uma organização chamada Laboratório Espacial Rocket-Madsens, fundado com doações e cujo objetivo é lançar um foguete de uma plataforma flutuante ao Báltico, próximo à ilha de Bornholm.

Em 2014, uma nova campanha de crowdfunding foi lançada para reformar o submarino. Esperava-se arrecadar US$ 50 mil (R$ 130 mil), mas conseguiu-se apenas US$ 6.170 (em torno de R$ 19 mil).

Naquele momento, o Nautilus já tinha registrado mais de mil mergulhos e tinha uma equipe de dez voluntários trabalhando na reforma. Ele foi relançado no início deste ano.

A advogada de Peter Madsen, Betina Hald Engmark, disse que seu cliente deu todas as informações do caso à polícia e que se considera "não culpado" da acusação de homicídio. Ela afirmou que o fato do corpo ter sido encontrado não muda em nada a versão de seu cliente de que um acidente teria ocorrido a bordo do submarino.

"Em todo caso, consideramos muito positivo que seu corpo tenha sido encontrado", declarou.

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