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Após demissão e denúncias na pasta do Verde, conselho de Doria se demite

ARTUR RODRIGUES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cinco dos sete membros do conselho gestor da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da gestão de João Doria (PSDB) resolveram nesta terça-feira (22) deixar o órgão em protesto contra a demissão do titular da pasta

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.08.2017, 18:25:10 Editado em 22.08.2017, 18:25:10
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ARTUR RODRIGUES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cinco dos sete membros do conselho gestor da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da gestão de João Doria (PSDB) resolveram nesta terça-feira (22) deixar o órgão em protesto contra a demissão do titular da pasta, Gilberto Natalini (PV).

O secretário foi demitido na semana passada, em momento que vieram à tona denúncias feitas por ele de irregularidades no setor de compensações ambientais da pasta. Entre os fatores que teriam pesado na demissão, estão questões administrativas, acertos políticos e também uma pressão do setor da construção civil contra as mudanças promovidas por Natalini para obter os certificações de compensação ambiental.

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Os conselhos gestores, com notáveis sobre cada área, foram criados por Doria, com inspiração no mundo empresarial.

No caso da pasta do Verde, os conselheiros que resolveram deixar o órgão são o empresário e ambientalista Roberto Klabin, o ex-deputado e secretário municipal do Verde Eduardo Jorge (PV), a desembargadora federal Consuelo Yoshida, o professor da USP Arlindo Phillippi Jr. e o secretário-executivo do Observatório do Clima Carlos Rittl.

Eles assinaram uma carta com críticas à atual gestão.

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Dois membros do grupo não estavam presentes no ato da assinatura: Paulo Pompílio (Grupo Pão de Açúcar) e André Vilhena (Compromisso Empresarial para Reciclagem).

"Surpreendidos com esta repentina mudança de comando da secretaria, sem argumentos de base técnica e por interesses de composições partidárias, esse conselho teme que sejam sacrificados os avanços obtidos neste curto período", afirma a carta.

Eles justificam a saída do conselho devido à "demonstração de desprestígio com a área ambiental" da gestão Doria. Segundo o grupo, a pasta vinha driblando o "baixíssimo orçamento" com "criatividade e energia".

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DENÚNCIAS

A decisão do grupo ocorre em momento que vieram à tona denúncias de irregularidades no setor de compensações ambientais da prefeitura, denunciadas por Natalini.

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O ex-secretário, que voltou a ser vereador, cita as irregularidades em meio a processo judicial movido pela construtora Brookfield, que de um caso específico. A empresa pediu liminar para obtenção do certificado para compensação ambiental para um empreendimento e a prefeitura questionou a empresa -e acabou relatando também as irregularidades na pasta.

"Diante das graves irregularidades encontradas em relação a procedimentos envolvendo a emissão tanto de termo de compromisso ambiental e certificado ambiental de recebimento provisório, está ocorrendo maior cuidado e detalhamento na análise dos respectivos requerimentos", afirma Natalini, em conjunto com o procurador municipal Sérgio Barbosa Júnior.

No processo, quem dá detalhes sobre o assunto é a chefe da Câmara Técnica de Compensação Ambiental, a arquiteta Regina Barros, subordinada à pasta então chefiada por Natalini. Ela relatou, em documento assinado no dia 17 de agosto e anexado ao processo, irregularidades que vão de ameaça a funcionários e servidores ligados a oito agências que fazem a mediação para a obtenção de licenças ambientais. A Câmara é o órgão que analisa a emissão dos certificados de compensação ambiental.

Ela relata que a pressão para agilizar os processos e beneficiar tais agências parte dos próprios servidores da pasta, a ponto de uma funcionária pedir para mudar de setor devido ao assédio dos colegas. Uma outra servidora teria sido avisada para que tomasse cuidado com suas filhas e quando saísse sozinha de casa.

Questionada sobre o assunto, a gestão Doria afirmou que os casos estão sendo investigados pela Controladoria. "A Corregedoria Geral do Município já estava investigando as informações reportadas pelo ex-secretário à Controladoria Geral do Município e ao Poder Judiciário desde o primeiro momento quando Gilberto Natalini, ainda à frente da pasta, apresentou-as - portanto, não haverá prejuízos às apurações com a troca de comando na secretaria", afirma a nota.

A prefeitura afirma ainda que "a CGM oferecerá suporte àqueles que se sintam, eventualmente, incomodados por eventuais pressões, inclusive com a possibilidade de transferir funcionários para que estes sejam protegidos."

A gestão nega qualquer ligação da demissão com o caso. Doria teria, inclusive, se comprometido com Natalini a continuar com a investigação na pasta.

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